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23 de mar. de 2012

Divindades - Código de Umbanda


Código de Umbanda


Doutrina e Ritual de Umbanda

Livro 1

Sobre a necessidade de formação de uma consciência religiosa de natureza umbandista, e sobre polos dos procedimentos e das práticas rituais de Umbanda.















sétimo Capítulo



Divindades

A doutrina de Umbanda, por ser universalista, não veta ou despreza nenhuma divindade cultuada em outras religiões. O conhecimento mais profundo das hierarquias divinas revela que uma divindade ou um espirito ascenso, ou que se divinizou, tem caráter universal e atende, dentro dos limites da Lei Maior, a todos os que o invocarem solicitando auxílio ou sua intersecção junto a Deus.

A própria transposição dos Orixás da natureza para o interior das nascentes tendas de Umbanda processou-se por meio dos santos católicos, e até do divino Jesus Cristo, que ocultava com sua singela imagem humana o divino mestre Oxalá.

Por isso, a doutrina de Umbanda não refuta o uso de imagens nos templos: por trás da imagem de um espirito santificado oculta-se a presença de um Orixá “humanizado”, por intermédio, justamente, do santo já conhecido de todos.

O conhecimento superior das hierarquias divinas nos mostra que um espirito, quando se universaliza, abre um campo de atuação tão amplo que ultrapassa a religião que possibilitou sua elevação e ascensão dentro das hierarquias divinas sustentadoras da evolução de toda a humanidade.

Por isso, a doutrina da Umbanda recorre aos ícones sagrados de outras religiões e os acolhe como sinais exteriores de divindades pouco conhecidas, mas muito atuantes nos dois planos da vida. E, onde um espirito afim com ela se manifesta como guia de Umbanda, ali se encontra uma imagem, um ícone religioso ou um símbolo gráfico que assinala a regência da tenda e dos trabalhos espirituais pela divindade que o tem amparado no lado espiritual da vida.

E, mesmo que a muitos isso tenha passado despercebido, o fato é que se muitas tendas de Umbanda ostentam em seus altares imagens hindus, elas estão sinalizando que um espirito que ali se manifesta não foi um índio ou negro, mas sim um hindu, em sua ultima encarnação. E que sua formação religiosa se processou em solo hindu, onde ele cultuava uma divindade conhecida por seu nome em sânscrito, que não era um nome africano ou americano e muito menos cristão.

Mas, como o conhecimento das divindades, já em níveis superiores, diz-nos que não existe mais do que um Deus e nem que dois mistérios sejam absolutamente iguais, no entanto, esse mesmo conhecimento nos diz que um mistério divino tem alcance planetário, multidimensional e possui suas hierarquias espalhadas por todas as religiões. Quando uma nova religião é fundada, as divindades planetárias deslocam algumas de suas hierarquias para que se unam às hierarquias das outras divindades planetárias e deem sustentação à nascente religião até que ela própria consiga estabelecer sua hierarquias humanas constituídas só por espíritos formados já dentro de sua própria doutrina religiosa.

Por isso é que na Umbanda se manifestam tantos espíritos “estrangeiros”, quando o lógico e natural seria só se manifestarem espíritos africanos, índios brasileiros e cristãos convertidos às duas religiões naturais que deram origem à Umbanda.

O fato é que hierarquias inteiras foram deslocadas de seus campos de atuação, dentro das religiões que formaram, e foram colocadas à disposição das divindades regentes do nascente Ritual de Umbanda Sagrada. Trouxeram para a Umbanda suas formações religiosas, suas apresentações humanas e suas formas particulares de cultuar o Divino Criador, mas já se adaptando às linhas mestras traçadas pelos espíritos superiores que idealizaram a nascente Umbanda.

O sábio hindu se manifestaria sob o amparo de um dos Orixás, assumiria um nome simbólico de fácil assimilação pelos médiuns e pelos consulentes das tendas de Umbanda. Assim, um espirito já ascensionado, e cuja ultima formação religiosa se havia processado em solo estrangeiro, manifestaria-se em solo brasileiro por novo ritual com um nome simbólico de fácil assimilação, mas que indicasse as irradiações sob as quais se manifestava. E surgiu uma linha de Caboclos “Sultão das Matas”, que se manifestaram logo nas primeiras tendas de Umbanda e fixaram este nome dentro da nova religião. “Sultão” é sinônimo de imperador, e “matas” é sinônimo do elemento vegetal. Logo, o nome simbólico “Caboclo Sultão das Matas” significa Caboclo do Orixá Oxóssi, regente planetário que atua por intermédio da essência, do elemento e da energia vegetal.

Só que o espirito já ascensionado que fundou a linha de Caboclos Sultão das Matas é um “mestre da Luz” hindu cuja ultima encarnação ocorreu a 1.800 anos atrás e já atua em várias religiões, até mesmo na cristã, na qual possui uma ordem religiosa a qual não podemos revelar porque a lei do silêncio nos impede.

O fato é que, o mestre da Luz Caboclo Sultão das Matas, já atua em oito religiões diferentes, nas quais encarnaram e encarnam espíritos há muito já amparados pela hierarquia espiritual fundada por ele no astral, sustentada por uma divindade conhecida na Índia pelo seu nome hindu. No entanto, essa mesma divindade é uma intermediária da divindade planetária que atua por meio da essência, do elemento e da energia vegetal, que na Umbanda todos conhecem e cultuam com o nome de Oxóssi.

Viram como o Ritual de Umbanda Sagrada é universalista? Ele congrega espíritos de todas as esferas espirituais e, dotando-os com nomes simbólicos identificadores das qualidades dos Orixás planetários e multidimensionais, possibilita a eles ampararem seus afins encarnados em solo brasileiro, já atuando dentro dos limites de uma religião brasileira, pois, se as práticas espirituais são comuns a toda humanidade, no entanto, hierarquizadas como as do Ritual de Umbanda Sagrada, só em solo brasileiro elas acontecem.

Em nenhum lugar do mundo e em nenhuma época ocorreram manifestações espirituais tão espontâneas como acontece na Umbanda.

Mas isso escapa aos mais desatentos ou pouco conhecedores das vontades divinas, que se mostram como “religiões”.

Então a Umbanda aceita todas as divindades como exteriorizações dos mistérios divinos, acolhe a todas e reserva a cada uma um meio de melhor amparar os espíritos que Deus Pai lhes confiou.

E as divindades manifestam seus mistérios por linhas de ação e trabalho, mas ocultam atrás de nomes simbólicos ou de ícones religiosos, pois, assim, sem ferirem a suscetibilidade de ninguém, continuam a falar de frente com seus amados filhos adormecidos na carne, onde estão se aperfeiçoando em algum dos sete sentidos capitais.

A doutrina de Umbanda não se antagoniza com nenhuma religião. O Ritual de Umbanda Sagrada congrega espíritos de outras formações religiosas e aceita que todas as divindades manifestem seus mistérios, desde que ocultados por nomes simbólicos identificadores dos Orixás planetários, aos quais estão ligadas e que são seus regentes ancestrais.

Sim, porque se uma divindade humanizou-se, ela o fez sob uma das sete irradiações divinas, ou sete mistérios religiosos de Deus, que no Ritual de Umbanda Sagrada nominamos de “os sete Orixás essenciais”, que são:
·         Orixá Essencial da Fé
·         Orixá Essencial do Amor
·         Orixá Essencial do Conhecimento
·         Orixá Essencial da Justiça
·         Orixá Essencial da Lei
·         Orixá Essencial da Evolução
·         Orixá Essencial da Geração

A essência da Fé é cristalina; a essência do Amor é mineral; a essência do Conhecimento é vegetal; a essência da Justiça é ígnea; a essência da Lei é eólica ou aérea; a essência da Evolução é telúrica; a essência da Geração é aquática.

Esses sete Orixás essenciais não têm nomes humanos, mas manifestam-se como irradiações divinas por intermédio dos Orixás ancestrais, que se manifestam por intermédio das divindades intermediárias, que são os regentes dos níveis vibratórios das sete irradiações divinas.

Essas divindades intermediarias humanizaram-se e ampararam milhões de espíritos em evolução, todos afins com as qualidades essenciais dos Orixás ancestrais que as regem pelo alto. Por isso, a doutrina que fundamenta o ritual de Umbanda Sagrada aceita todas as divindades e as nomina por meio do simbolismo de Umbanda.

A doutrina de Umbanda sempre recorre à analogia ou à comparação pra identificar uma divindade e descobrir a qual das sete irradiações divinas está ligada. Quando completa a identificação, sempre encontra na divindade a essência divina manifesta por meio dela e o mistério que ela é em si mesma, pois manifesta qualidades essenciais divinas.

Por isso, a doutrina não aceita certas colocações que tacham de pagãs as divindades das religiões que já cumpriram suas missões junto aos espíritos ou no plano material. Por que pagãs? Só porque eram divindades cultuadas por meio de rituais religiosos antiquíssimos e anteriores até às doutrinas judaica, cristã e islâmica?

O conhecimento nos revela que as divindades não são Deus, mas sim manifestadoras de mistérios divinos. Por isso, atendem a desígnios divinos e, se não as aceitamos, devemos respeitá-las e entender que só se humanizaram para auxiliar a evolução da humanidade e amparar espíritos afins com suas qualidades divinas e qualificações humanas.

A analogia da Umbanda Sagrada nos mostra que as divindades das religiões mais antigas são regidas pelo setenário sagrado, e estudos mais acurados nos mostram que elementos as regem. E o mesmo nos revela o estudo dos Orixás, os quais são cultuados por meio da natureza terrestre e possuem locais específicos para serem ofertados.

Estudando os Orixás, descobrimos a qual hierarquia divina cada um está ligado. E, se nos aprofundarmos um pouco mais, descobriremos que eles sustentam evoluções paralelas à humana, e que acontecem nas dimensões naturais, habitadas por seres que nunca encarnam e que evoluem sem o recurso do corpo carnal.

Estudando o meio onde vivem esses nossos irmãos naturais, descobrimos que eles nos conhecem muito bem e até nos auxiliam em nossa evolução, pois nos enviam continuamente suas irradiações de fé, amor e estímulo.

E, indo um pouco mais fundo no estudo dos nossos irmãos naturais, descobrimos que se preocupam conosco porque, dizem eles, nós já vivemos ao lado deles em nosso estágio anterior da evolução. Tanto isso é verdade que muitos deles se integram às hierarquias naturais regidas pelos senhores Orixás intermediários, que são divindades, pois assim podem vir até a dimensão espiritual e nos auxiliar melhor em nossa evolução.

Todos nós temos irmãos naturais que se preocupam com nossa evolução e sofrem com nossas dificuldades, às vezes aparentemente insuperáveis. Por isso, nunca estamos sozinhos em nossa jornada humana.

E, se nos identificamos com um Orixá ou divindade natural, com certeza recebemos dela um amparo direto. Também algum irmão natural regido por ela nos acompanha bem de perto e desdobra-se para superar rapidamente as nossas dificuldades em evoluir para nos reunirmos a eles nas esferas celestiais. Por isso, a doutrina de Umbanda aceita como natural e correto o culto às divindades identificadas com a natureza e as estuda profundamente, sempre na certeza de encontrar nelas as qualidades superiores dos mistérios divinos.

E, se não torna obrigatório que o culto aos Orixás se realize unicamente nos seus campos vibratórios na natureza, no entanto, recomenda que de vez em quando os médiuns devam ir até um desses campos vibratórios altamente magnéticos e energizadores para eles reverenciarem os sagrados Orixás – divindades naturais, ou da “natureza”.

Por isso, o termo “pagão” é refutado porque possui caráter pejorativo, oculta a ignorância das pessoas quanto às qualidades terapêuticas das energias condensadas nos campos vibratórios onde se realizam os rituais religiosos de culto aos Orixás.

Divindade significa um ser superior irradiador de qualidades divinas e que, se compreendidas, muito nos auxiliam. Logo,  religião de Umbanda, na qual muitas divindades antiquíssimas manifestam seus mistérios por intermédio das linhas de ação e trabalho espirituais, recomenda o respeito a todas as divindades ou seres manifestadores de mistérios divinos.

A doutrina de Umbanda fundamenta-se no conhecimento profundo do universo ainda invisível aos espíritos encarnados, e mesmo de muitos dos que desencarnaram e mantiveram-se ligados à matéria.

Por isso, toda tenda de Umbanda dedica uma parte dos seus trabalhos mediúnicos à doutrinação e esclarecimento dos espíritos recém-desencarnados ou ainda adormecidos no materialismo paralisador da evolução. E, sempre que possível, integra-os ao nível terra das hierarquias espirituais do Ritual de Umbanda Sagrada, onde começam a despertar para o universo natural regido pelos sagrados Orixás, divindades naturais assentadas nos níveis vibratórios das sete irradiações divinas do nosso Divino Criador.

E, quando esses espíritos começam a despertar para a grandiosidade do universo regido pelas divindades, um grosso manto escuro é descerrado e eles encantam-se com os Orixás, que os inundam de irradiações de fé, amor e compreensão, pois as divindades sabem que estes seus filhos haviam tido suas memórias imortais adormecidas, e só assim não retornariam antes do tempo às dimensões onde já haviam vivido e evoluído “naturalmente”. Sim, quando um espirito tem sua memória imortal e ancestral despertada, descobre que já havia vivido e evoluído nas dimensões naturais amparado pelos senhores Orixás, aos quais muitas vezes havia refutado quando viveu no plano material sob uma cultura religiosa mesquinha, que negava a existência de divindades e o afastava das hierarquias divinas.

Mas os Orixás acompanham a evolução humana desde sempre, e sabem que o obscurantismo religioso faz parte da humanidade, e muitas vezes atendem à própria necessidade dos espíritos ainda incapazes de viver em harmonia com seus irmãos não encarnantes, chamados por nós de elementais, encantados ou seres naturais.

O obscurantismo religioso serve à Lei Maior para manter afastados do universo natural os espíritos ainda incapazes de conviver em harmonia com seus irmãos ancestrais. E se assim procede a Lei Maior é porque, enquanto não alcançar uma evolução “consciêncial”, um espirito levará para as dimensões naturais todos os vícios humanos e seus desequilíbrios emocionais. Com eles desequilibrarão tanto os seus irmãos naturais como o meio onde eles vivem, pois o universo natural é essencialmente energético e passível de influências mentais negativas.

Deus é perfeito em tudo e até o obscurantismo religioso serve aos Seus desígnios divinos, pois as doutrinas obscurantistas são essencialmente mentalistas e abstratas. Servem para aprisionar os seres em si mesmos e com isso negam-lhes um universo onde não estão aptos a habitar em espirito. Pelo menos, por enquanto!

Por isso, as doutrinas obscurantistas negam as divindades, que chamam de “deuses pagãos”, ou a divindade dos Orixás, aos quais chamam de...

Bom, o fato é que o obscurantismo religioso é a prisão da Lei e as doutrinas obscurantistas têm servido muito bem aos desígnios divinos, que em momento nenhum pune a quem quer que seja. Apenas retém em si mesmo quem ainda não está preparado consciêncial e emocionalmente para viver no universo sem fronteiras, que são as dimensões naturais habitadas pelos nossos irmãos elementais, encantados e naturais.

Mas todos saibam que, se o obscurantismo religioso é uma necessidade dos espíritos menos evoluídos, no entanto não é uma condição insuperável, porque o aspecto “evolução espiritual” é discutível e depende muito da aceitação, pelo ser, da doutrina que lhe está sendo ensinada. E se, em dado momento, o ser tomar consciência de que vinha dando mau uso ao livre-arbítrio, reconhecerá que mesmo dentro de uma doutrina obscurantista está Deus, que nela o retém para seu próprio bem, e que nela o reterá até que recupere sua capacidade de lidar com os mistérios divinos sem prejudicar a si ou aos seus semelhantes. Sim, porque é muito comum as pessoas serem colocadas diante do mistério “Orixás” e não sabem interpretá-los ou lidar co eles por lhes faltar um conhecimento profundo e correto de como eles atuam em nossas vidas. Então recorrem erroneamente aos mistérios, desconhecendo até mesmo o que significa a palavra “mistério”.

Muitos confundem mistério com Ocultismo, com Esoterismo, com cabala, et., pois a palavra já perdeu seu significado original e hoje se presta mais a encobrir a ignorância religiosa do que a esclarecer os procedimentos religiosos.

Houve um tempo (três milênios, pra sermos exatos) em que a palavra “mistério” significava o supra-humano, o incognoscível acerca das divindades. E os sábios que interpretavam os mistérios eram tidos em alto conceito junto aos fiéis, que os distinguiam e os tinham como as pessoas aptas a lidar com o mundo sobrenatural.

Os “mystas” eram os babalaôs de então e formavam uma casta religiosa na Grécia antiga, assim como os “magos” formavam outra na Pérsia. Eram pessoas preparadas para emitir as interpretações humanas dos mistérios de Deus e que, quando abriam as comemorações ou datas religiosas festivas, praticavam rituais invocatórios específicos às divindades.

Como o Cristianismo frutificou rapidamente em uma Grécia exaurida e escravizada pelos romanos, a palavra “mistérios” foi incorporada à religião cristã pelos primeiros padres, que assumiram o lugar dos “mystas” e adaptaram os mistérios à nascente doutrina cristã. Mas faltou a esses primeiros cristãos o conhecimento profundo dos mistérios, que, se todos conheciam por meio dos rituais públicos, só uns poucos os conheciam em profundidade. A partir de então, divagações acerca dos mistérios pulularam, e o conhecimento verdadeiro se perdeu.

Mas, para reparar a lacuna surgida com o desaparecimento dos mystas, nasceram os doutores em Teologia, ou teólogos, que extraíram dos filósofos as interpretações abstratas a respeito de Deus e as incorporaram à doutrina cristã, que se enriqueceu em conceitos abstratos acerca de Deus, mas, por outro lado, ficou carente quanto às hierarquias divinas.

O único meio de reparar essa falta de conhecimento (que só os mystas e os magos possuíam) foi “santificar” expoentes religiosos cristãos, que passaram a ser adorados no lugar das divindades naturais, tão conhecidas pelos antigos sacerdotes “pagãos” e tão temidas pelos padres.

Esse temor só se justifica pela ignorância, pois, se eles acreditavam na divindade de Jesus Cristo, não precisavam temer o poder das divindades alheias. Porém, não só desconheciam as divindades alheias e suas atribuições divinas, mas também lhes interessava dominar a mente das pessoas. Assim, nada melhor do que negar qualquer divindade ou ícone de outras religiões e lançar-lhes a pecha de “deuses pagãos”.

Isso se repete periodicamente na história religiosa da humanidade, e toda doutrina nascente se escuda na negação da divindade da religião que está chegando ao seu ocaso. E um obscurantismo religioso se instala porque só assim a nova doutrina alcança seu objetivo; dominar pela fé a mente das pessoas.

Por isso, a doutrina de Umbanda não proíbe os seus adeptos de estudarem doutrinas alheias. Ela entende que as pessoas precisam comparar os conhecimentos colocados à disposição de tantos quantos se interessarem pelo assunto.

Hoje, temos umbandistas que estudam Teosofia, Gnose, Maçonaria, Budismo, Hinduísmo, Lamaísmo, Cristianismo, Islamismo, Xamanismo, etc., et., etc. E, com isso, enriquecem ainda mais o Ritual de Umbanda Sagrada, pois estão dotando-o com o que de melhor possuem estas outras doutrinas religiosas.

Uma Umbanda esclarecida e escudada em conceitos universais é a melhor garantia de que um líder obscurantista não empolgará esta religião nascente ou que um “papa” não criará seu trono particular, do qual ditará dogmas que assegurarão o domínio da fé e da mente de muitas pessoas.

Afinal, ou uma divindade conquista seus fiéis pelas afinidades, ou não os auxiliará de fato, porque o tempo se encarregará de lança-la no esquecimento religioso.

E o Ritual de Umbanda Sagrada é pródigo em divindades naturais. No seu panteão estão assentadas todas as divindades existentes, ainda que não se manifestem com os nomes pelos quais ficaram conhecidas no passado, já que seus mistérios manifestam-se ocultados nos nomes simbólicos das linhas de trabalho de Umbanda.

A linhada Fé, por exemplo, constituiu tantas sublinhas quantas lhe foram solicitadas pelas divindades. E se sob a regência de Oxalá todos os mistérios da Fé se manifestam, no entanto, eles assumem características próprias e realizam suas missões por meio das linhas de ação e dos trabalhos pontificados por espíritos já ascensionados, que s formaram há séculos ou milênios sob a irradiação das divindades regentes dos mistérios da Fé.

Citemos só um exemplo da antiguidade das divindades que manifestam seus mistérios da Fé por intermédio de uma linha de ação e trabalhos de Umbanda Sagrada: a linha de Caboclos Arco-íris.

O Arco-íris divino é um símbolo religioso cultuado pelos antigos magos caldeus, que o receberam como herança religiosa de outra civilização ainda mais antiga e que remonta à era da mitológica Atlântida, civilização esta que deixou seus símbolos religiosos espalhados por toda a face da terra. Até o famoso castiçal de sete braços foi-nos legado por ela, que colocava nele sete velas coloridas, cada uma de uma cor.

Como o tempo a tudo renova, eis que entre os Orixás encontramos o simbólico Arco-íris Sagrado guardado pelo mito do Orixá Oxumaré, e que é representado pela Serpente do Arco-íris.

Mas uma ordem religiosa astral conservou todos os fundamentos e conhecimentos da religião que tinha como símbolo máximo o arco-iris e que cultuava uma divindade planetária que se renovou em solo africano como Oxumaré. E ele se renovou no Ritual de Umbanda Sagrada, deslocando para o ritual nascente uma de suas hierarquias, que assumiu o expressivo nome de “linha de Caboclos Arco-íris”, presentes já nas primeiras manifestações umbandistas.

O Orixá Oxumaré possui as mesmas qualidades, atributos e atribuições do divino “lá-ór-me-ri-iim-de-re-yê”, cujo nome é um mantra invocador da divindade regente da Fé durante a era Atlântida, quando era simbolizada por um arco-íris que se projetava para o alto e para o infinito.

A divindade da Atlântida é o mesmo Oxumaré africano, que se renovou na linha de Caboclos Arco-íris, que está recolhendo seus afins remanescentes por meio do Ritual de Umbanda Sagrada e reconduzindo-os às esferas luminosas; onde se reintegrarão às hierarquias naturais regidas pela divindade da fé, regente de um mistério que até os velhos babalaôs africanos desconheciam e por isso não ensinavam aos seus herdeiros religiosos.

O divino Oxumaré é uma divindade tripolar, pois atua no alto, no meio e no embaixo, ou seja, tem hierarquias que atuam na Luz, tem as que atuam junto aos encarnados e tem as que atuam nas Trevas.

Suas hierarquias são tão numerosas, mas tão numerosas, que se espalham por todas as religiões atualmente existentes. E não há sequer uma que não manifeste o mistério da Fé regido regido pelo divino “lá-ór-me-ri-iim-de-re-yê”, ou nosso amado pai Oxumaré, renovado na Serpente do Arco-íris. Todo Caboclo Arco-íris é um semeador da fé e saúda o divino Oxalá, pois é por meio do mistério da Fé que ele se manifesta dentro do Ritual de Umbanda Sagrada.

- Oxumaré é um Oxalá?
- Não.
- Oxumaré é o quê?

Oxumaré é um mistério divino que rege a renovação dos seres por intermédio do amor divino, simbolizado por um coração, que por sua vez simboliza uma das Oxuns intermediárias que se humanizou como “Ísis”, a deusa egípcia ainda muito conhecida, pois, igual a toda Oxum, é uma divindade maternal e amorosa.

Viram como o conhecimento religioso abstrato desconhece completamente as hierarquias divinas, como Deus procede e quem são realmente as divindades naturais?

O mentalismo abstrato acerca das coisas divinas foi o único meio de o obscurantismo religioso impor-se e dominar, pois precisava aprisionar os espíritos rebelados contra a rigidez das hierarquias espirituais estabelecidas no astral desde eras remotas e desconhecidas da atual civilização.

O Cristianismo apagou o conhecimento guardado pelos mystas e o Islamismo apagou o conhecimento que os magos guardavam com muito zelo. Por isso, as culturas religiosas cristã e islâmica negam as divindades naturais e canalizam a fé unicamente para Deus: os espíritos rebelados contra a rigidez das divindades naturais só se deixariam conduzir se fosse por meio de doutrinas adaptadas às suas necessidades mais imediatas, que é o retorno ao rebanho divino, do qual se haviam afastado e relutavam retornar.

Deus Pai, em Sua infinita bondade, criou novas religiões e dotou-as com doutrinas obscurantistas que têm acolhido milhões de espíritos rebelados contra a rigidez das hierarquias espirituais regidas pelas divindades naturais.

Se duvidam do que aqui afirmamos, deem uma olhada no que acontece atualmente dentro da recente Umbanda: espíritos encarnados, chamados para religarem-se aos Orixás, que são as divindades naturais, não aceitando submissamente a rigidez das hierarquias, simplesmente viram-lhes as costas e, escudados em uma religiosidade que beira o fanatismo, chafurdam a Umbanda e os Orixás com epítetos próprios de suas consciências maculadas pelo desrespeito aos mistérios de Deus. Mas Este, generoso como sempre, está dando a eles uma doutrina obscurantista. Assim, não confundirão nem a si nem aos seus semelhantes, pois não aceitaram a rigidez das hierarquias espirituais regidas pelos sagrados Orixás.

Muitos daqueles que hoje ocupam púlpitos e esbravejam contra a Umbanda, ontem frequentaram os terreiros, onde só sabiam pedir por bens materiais, tais como: carro novo, nova morada, afastar do caminho um concorrente, etc. Mas como viram meros mercadores da fé, as hierarquias os afastaram e só restou a eles o obscurantismo das seitas neocristãs, pois até o Catolicismo de antes não atendia aos seus anseios imediatistas e materialistas.

Deus Pai, em Sua infinita bondade e tolerância, os encaminhou e encaminhará sempre a outra doutrina, que, além de ser obscurantista, é muito mais rígida que a Umbanda. Por isso, o Ritual de Umbanda Sagrada respeita todas as doutrinas religiosas, e a doutrina de Umbanda respeita e aceita todas as divindades.

Afinal, o aguerrido Orixá Ogum, divindade aplicadora da Lei Maior, concede muito mais liberdade de pensamento aos seus fiéis que o sereno Jesus Cristo, quando comparamos um fiel de Umbanda com um fiel evangélico, já que a este último muitas coisas são proibidas.

A doutrina de Umbanda estimula os umbandistas a estudar as religiões e as divindades, mas sob a ótica comparativa. Com certeza, encontrarão respostas a muitos problemas sociais da atualidade se estudarem as recomendações das divindades aos seus fiéis, a postura dos religiosos enquanto intermediadores dos fiéis junto à divindade e os procedimentos dos fiéis diante da divindade e da doutrina que fundamenta sua religião.

1° - Descobrirão que as divindades exigem dos seus fiéis que sejam generosos, amorosos, humildes, obedientes, submissos, caridosos, etc.
2° - Descobrirão que os religiosos ensinam essas virtudes aos fiéis.
3° -  Descobrirão que, apesar de todo esse esforço, os fiéis têm muita dificuldade em proceder como exige a divindade e como recomendam os religiosos.

Nós nunca devemos julgar uma divindade pelo comportamento de seus fiéis, pois estes não são um espelho vivo refletindo as qualidade excelsas de seu regente divino.

Em Jesus Cristo, temos tudo o que um ser precisa para ascender aos céus, e, no entanto, o inferno está coalhado de cristãos. Em Oxum, temos amor suficiente para conquistar o coração divino, no entanto, as Trevas estão coalhadas de filhos e filhas da Mãe do Amor.

Por que isso?

Porque as divindades, que são mistérios de Deus, semeiam doutrinas virtuosas e os religiosos apregoam que só os virtuosos ascendem aos céus, mas os espíritos encarnados, avessos à hierarquia, pois esta implica obediência e renúncia pessoal, preferem a autossatisfação e uma liberdade que beira a libertinagem consciêncial.

A doutrina de Umbanda recomenda aos seus adeptos o respeito e a reverência a todas as divindades, assim como aos seus hierarcas humanos, encarnados ou não, mas que externem as qualidades ordenadoras e excelsas de seu regente divino. Mesmo tendo tantas divindades e tantos instrutores encarnados, ainda assim as pessoas continuam desencarnando e indo estacionar nas faixas vibratórias negativas.

Logo, a existência do inferno ou Trevas não se deve a esta ou àquela divindade, mas sim à rebeldia natural dos espíritos e à pouca atenção que dão ao que deles esperam as divindades.

Código de Umbanda - Rubens Saraceni
Livro 1
Capítulo 7

21 de mar. de 2012

Doutrina Religiosa - Código de Umbanda



Código de Umbanda


Doutrina e Ritual de Umbanda

Livro 1

Sobre a necessidade de formação de uma consciência religiosa de natureza umbandista, e sobre polos dos procedimentos e das práticas rituais de Umbanda.














sexto Capítulo



Doutrina Religiosa

A doutrina de Umbanda tem caráter universalista e absorveu conceitos fundamentais de outras religiões, os quais se têm mostrado positivos e universais, descartando os dogmas e o Ocultismo.

Os dogmas foram descartados porque paralisam a evolução dos fiéis e petrificam, no tempo, as religiões. Já o Ocultismo foi descartado porque só se adapta a ordens fechadas e seletivas.

Como a Umbanda não é seletiva, mas sim universalista e aberta a todos, sem distinção de qualquer espécie, então o Ocultismo seria um entrave à livre manifestação da religiosidade dos médiuns, que se veriam impossibilitados de tecer comentários acerca de duas práticas religiosas.

E, como a Umbanda tem por finalidade acelerar a evolução dos espíritos, os dogmas não foram aceitos.

Parte do atraso espiritual da humanidade se deve justamente a eles. Dogmas tais como:
§  À mulher é vedada a direção ou condução de rituais religiosos;
§  O sacerdote não deve ter contato com o sexo oposto;
§  O sacerdote deve colocar-se acima dos fiéis;
§  Os sacerdotes formam uma casta à parte;
§  Os fiéis devem obediência cega aos sacerdotes.

E muitos outros, que adentram no conhecimento das divindades cultuadas, mas que se mantêm estáticos no tempo, foram descartados pelos espíritos superiores que idealizam o Ritual de Umbanda Sagrada. Muitas vezes, por trás de um dogma oculta-se a falta de um conhecimento profundo da natureza e dos mistérios de Deus. E isso quando não visam interesses escusos ou dominadores da consciência coletiva de todo um povo.

Por isso, a doutrina de Umbanda é universalista e está aberta à incorporação de conceitos já consagrados, de interesse da maioria dos estimuladores da religiosidade livre do fanatismo e do sectarismo.

Conceitos tais como:
·         Só existe um Deus;
·         O homem é criação de Deus;
·         O homem carne é animado por um espírito imortal;
·         O homem foi feito à semelhança de Deus;
·         Ao espirito é dado o direito de reencarnar;
·         O ser justo e virtuoso ascende aos céus;
·         O ser injusto e viciado desce às trevas;
·         A toda ação corresponde uma reação
·         A prática do bem traz recompensa, e a prática do mal acarreta débitos;
·         Uma encarnação deve ser bem aproveitada pois possibilita a aquisição de uma consciência virtuosa;
·         Existência do carma coletivo e do individual;
·         Existência do recurso reencarnação retificadora;
·         Sujeição à Lei das Afinidades;
·         Superioridade dos bens espirituais aos bens materiais;
·         Prática regular da prece;
·         Consagração do ser ao serviço religioso;
·         Fraternidade total em relação à raça, à cor, à religião e à cultura;
·         Aceitação de hierarquias espirituais e divinas a serviço de Deus na condução do destino dos espíritos menos evoluídos ou dos encarnados;
·         Aceitação da manifestação dos espíritos durante as sessões religiosas, quando incorporam e dão orientações, realizam curas, afastam obsessores, anulam magias negativas, etc;
·         Evolução contínua dos espíritos.

Enfim, muitos são os conceitos incorporados à religião de Umbanda, mas que foram absorvidos de outras doutrinas pois são vistos e tidos como verdadeiros e indiscutivelmente têm servido para alavancar a evolução da humanidade como um todo. E, como o Ritual de Umbanda Sagrada realiza em seus trabalhos muitas práticas religiosas já antiquíssimas, pois seus idealizadores espirituais são oriundos de muitas religiões, algumas já extintas no plano material, nada mais correto do que incorporar os conceitos verdadeiros que auxiliaram os mentores a evoluir quando, também eles viveram suas muitas encarnações.
          
Como todas as outras religiões, a Umbanda adotou o simbolismo como um véu diáfano e ocultador dos mistérios divinos que se manifestam durante os trabalhos práticos.
            

Por trás dos nomes simbólicos dos guias espirituais está a atuação de inúmeros mistérios divinos que sustentaram muitas religiões, ou ainda estão sustentando as que atuam no plano material. Muitas já cumpriram suas missões e recolheram-se ao mundo espiritual, onde continuam ativas amparando seus afins.
              
O simbolismo é o meio mais prático de salvaguardar os mistérios divinos que, se não forem velados, logo são profanados por pessoas inteligentíssimas, mas movidas por interesses sombrios, tais como as que tentam negar a origem superior e divina de Jesus Cristo, só porque o nosso amado mestre divino se humanizou e nasceu para a carne do ventre bendito de aria.
            
Tentam, apegando-se a esse procedimento geral ditado por Deus para todo ser vivente na carne, negar a divindade de Jesus Cristo. Mas nós bem sabemos que, se o divino mestre não se furtou a essa regra divina, foi para humanizar-se e se mostrar igual aos quais consagrou sua existência, que somos todos nós.
            
Jesus Cristo é um mistério de Deus e assim deve ser entendido e cultuado por todos os que encontram nele o lenitivo para as dores da alma e para a comunhão plena com Deus, que por intermédio dele fala aos seus filhos, tanto encarnados como os que vivem no mundo espiritual.
            
Sim, porque Deus é o Pai de todos, e as divindades, diferenciadas dEle, são Seus mistérios, são os pais de coletividades de espíritos afins em um mesmo grau de evolução espiritual. E é às divindades que Deus recorre para falar de frente, e no mesmo nível, com Seus filhos espalhados por toda a face da terra; aos que vivem na dimensão dos espíritos e aos que vivem nas dimensões naturais paralelas à dimensão humana, assim como aos seres que vivem em outras orbes planetárias, já que é um contrassenso acreditar que o homem é o único ser inteligente no Universo ou seu único beneficiário.
            
As razões que levaram os espíritos superiores a recorrer ao simbolismo visavam a preservar as divindades que atuariam no Ritual de Umbanda Sagrada, e também a hierarquizar as manifestações dos espíritos que atuariam no nível vibratório “terra” por meio da incorporação nos médiuns de Umbanda.

O nome simbólico ocultador das qualidades da divindade seria comum a todos os espíritos regidos ou ligados ao mistério de Deus, que a divindade é em si mesma.
Não seria o espirito “José da Silva” servo do senhor Xangô que se apresentaria, mas sim um Caboclo, Preto-Velho ou Exu Sete Montanhas, e ponto final, pois o simbólico nome “Sete Montanhas” oculta uma divindade intermediária que rege os mistérios da Justiça Divina e à qual chamamos de Orixá Xangô.

E assim, sucessivamente, aconteceria com toda as divindades e com todos os espíritos que, por meio da Umbanda, manifestariam-se, sustentariam as práticas rituais religiosas e magísticas e acelerariam a evolução de seus afins encarnados ou retidos em faixas vibratórias negativas.

Muitos dos nomes simbólicos dos Orixás, tais como o Senhor Xangô das Sete Montanhas, Senhora Oxum do Coração, Senhor Ogum Megê Sete Espadas, Senhor Oxóssi “Curador”, (Hermes, o deus egípcio). Etc., estão ocultando os nomes que assumiram no plano material quando, a exemplo de Jesus Cristo ou de Buda, humanizaram-se e consagraram-se à evolução e ao amparo religioso de todos nós, os espíritos humanos.

Existe todo um conhecimento oculto pela Lei Maior, mas que envia até nós alguns raios luminosos que nos esclarecem acerca de como surgem as religiões e de que fim levam as divindades que as sustentaram, enquanto estiveram ativas no plano material.

A mais antiga religião ainda em atividade no plano material é a judaica, e, no entanto, ela só tem uns cinco mil anos solares de existência. Logo, os nossos irmãos judeus não devem preocupar-se com os que tentam acabar com sua religião, pois não conseguirão, uma vez que o tempo concedido a todas as religiões é de, no mínimo, sete mil anos solares. E, como assim são as religiões, ainda restam dois mil anos de árduos trabalhos religiosos aos nossos amados irmãos rabinos, no sentido de preservarem a fé em Deus Pai por meio da dogmática doutrina religiosa que tem preservado uma religião maravilhosa como a deles, a qual tem servido de fonte inspiradora a muitas religiões, ainda jovens. Ou o Cristianismo e o Islamismo não são jovens se comparados ao Judaísmo? Ambas beberam do saber dos rabinos para fundamentarem as doutrinas que as sustentam e sustentarão por milênios.

Nenhuma religião se fecha ou se recolhe antes de concluir sua missão na face da terra, esse é um imperativo divino. E, por mais que as outras tentem, mais tenaz é a resistência de seus adeptos ou fiéis, que retiram desses obstáculos a prova da fé que têm em Deus.

Mas algumas, quando concluem suas missões antes do tempo já citado de sete mil anos, e que é um ciclo religioso, recolhem-se e deixam no plano material apenas uma ordem religiosa que outra religião nascente logo incorporará e da qual extrai muitos dos fundamentos que a alicerçarão e darão sustentação à sua nova ou renovadora doutrina religiosa.

Por isso, a doutrina de Umbanda Sagrada adotou o simbolismo como forma de velar os mistérios que, por meio das suas práticas rituais, manifestam-se e passam despercebidos tanto dos assistentes como da maioria dos médiuns.

Por trás de um espírito que responde pelo nome simbólico “Sete Pedreiras” está o mistério divino “Iansã Sete Pedreiras”, que tem por trás a divina Orixá Insã – uma manifestadora diferenciada ou individualizada de Deus por meio de um de Seus mistérios.

Por isso, a doutrina de Umbanda é universalista: seus mistérios (divindades), conservaram-se os nomes africanos dos Orixás, não se restringem unicamente ao continente africano e manifestam-se sob outros nomes para atender a outras culturas e expectativas religiosas. Mas sempre atuam por meio de suas hierarquias, as quais possuem graus intermediários justamente para atender à diversidade cultural e religiosa da humanidade.

O simbolismo adotado mostrou-se fundamental à Umbanda e em pouco tempo alguns nomes de Caboclos, Pretos-Velhos e Exus se tornaram tão populares que dispensavam explicações ou apresentações, já que eram sinônimo de Umbanda e de trabalhos espirituais.

Até a simbologia, ou signos cabalísticos, tornou-se conhecida, e nos pontos simbólicos riscados todos reconhecem na espada o Orixá Ogum, na cruz o Orixá Obaluaiê, no raio o Orixá Xangô, etc.

Então, por essa facilidade de assimilação do simbolismo, a Umbanda também é simbólica e se mostra por meio dos símbolos sagrados ou consagrados conhecidos em outras religiões e aceitos como sinais gráficos religiosos.



Código de Umbanda - Rubens Saraceni
Livro 1
Capítulo 6

20 de mar. de 2012

Literatura e Doutrina Religiosa - Código de Umbanda





Código de Umbanda


Doutrina e Ritual de Umbanda

Livro 1

Sobre a necessidade de formação de uma consciência religiosa de natureza umbandista, e sobre polos dos procedimentos e das práticas rituais de Umbanda.













quinto Capítulo



Literatura e Doutrina Religiosa




Todas as religiões têm escolas de evangelização e doutrinação de crianças. Nestas escolas busca-se passar conceitos religiosos e doutrinários para a vida civil dos fiéis, que os encontrarão novamente em suas leituras diárias, pois estes conceitos e doutrinas saem dos templos e passam a fazer parte do dia a dia das pessoas.

Mas e a Umbanda, já tem isto para assumir seu espaço na sociedade brasileira?

É claro que não, principalmente porque lhe falta uma literatura só sua, que espelhe seus conceitos filosóficos modeladores do caráter dos seus praticantes. Também lhe falta um código doutrinário no qual se fundamente toda sua religiosidade. Por isso, estamos lutando por uma literatura tipicamente umbandista, em que os seus conceitos sejam fixados e passados à sociedade de forma compreensível. Mas os obstáculos são vários e alguns de tal monta que os vemos como intransponíveis.

Um desses obstáculos é a falta de consciência umbandista. Ela é, talvez, o maior obstáculo a ser superado pelos dirigentes do culto caso queiram retirar a Umbanda do gueto religioso em que ela ainda se encontra e alça-la a condição de modeladora da sociedade brasileira e sustentáculo de uma consciência religiosa pontificada nos templos de Umbanda: o universalismo.

Sim, porque o universalismo é a tônica dos trabalhos realizados nos templos de Umbanda, onde não se admite racismo de espécie alguma e não se pergunta qual é a religião das pessoas que regularmente vão tomar passes e consultar os guias espirituais.

Só que esta realidade interna da nossa religião nãoé passada para a sociedade e por isto o espaço natural ocupado pela Umbanda na vida dos seus fiéis e simpatizantes não é refletido na sociedade, que marginaliza os menos aptos na transmissão de suas doutrinas, sejam elas de que natureza forem.

Nós sabemos que o número de médiuns e o número de pessoas que afluem aos templos de Umbanda nos dias de culto é elevado. Mas se podemos estima-lo em um quinto da população, no entanto, quando observamos o espaço da Umbanda na mídia, uma sensação de impotência nos assoma, pois é nulo... Isso quando não é negativo, porque é patrocinado por pessoas movidas por interesses escusos ou por adversários religiosos mercantilistas.

Então, perguntamo-nos: Por que uma religião com tantos praticantes e com tantos frequentadores de seus cultos está relegada ao ostracismo na mídia? Será que é por causa do nosso comodismo, do nosso desinteresse em mostrar nosso trabalho em prol das pessoas que nos procuram, ou será pela falta de uma consciência religiosa e de uma conscientização acerca do papel fundamental que temos na vida das pessoas que frequentam nossos templos?

Às vezes, assistindo a reuniões nas quais deveriam ser discutidos os rumos de nossa religião, deparamos com a autopromoção e a exposição de egos que desejam ser acariciados, bajulados e paparicados. E ainda não ouvimos uma só voz que chame para si a missão de despertar a consciência umbandista e de assumir corajosamente a condução da grande massa umbandista ao seu verdadeiro lugar dentro da sociedade brasileira.

Já é hora de despertarmos e olharmos para horizontes mais amplos se quisermos dar à Umbanda, enquanto religião de massas, uma respeitabilidade que ela só alcançará se levarmos à sociedade sua grandeza como religião espiritualizadora e modeladora de um caráter universal, que é a tônica que a tem sustentado neste seu primeiro século de existência.

Nossa religião é a única que lida com os mistérios divinos de forma aberta, e , no entanto, a sociedade a vê como sinônimo de magia barata ou mesmo de magia negra. E são tão poucas as vozes que se levantam para refutar este conceito errôneo que até são inaudíveis.

Rechaçá-las nas reuniões fechadas não adianta, porque estamos falando para nós mesmos. Então, o caminho é conquistarmos nosso espaço e levarmos nossa mensagem universalista à sociedade. Só assim alteraremos alguns conceitos preestabelecidos contra a religião de Umbanda e desfaremos alguns mitos que denigrem as práticas da mesma.
Nós sabemos que associam a esquerda ao demônio cristão com o único intuito de denegrir a Umbanda. Mas quem levantou sua voz para desfazer o mal-estar que o termo Exu desperta nas pessoas que não conhecem este mistério da Lei Maior?

Foram poucos, não?

Pouquíssimos – respondemos nós.

Afinal, são são poucos os próprios umbandistas que desconhecem este mistério e também temem justamente porque pessoas aptas a desmistifica-lo são raras. A maioria só o mistifica ainda mais, pois vê nele um recurso para se impor dentro do seu meio, quando, por intermédio do poder manifestado pelo seu guardião cósmico, sente-se possuidora de uma força superior à de seus semelhantes. Outros usam do poder de suas entidades para obterem reconhecimento pessoal, etc.

Mas a grande maioria silenciosa atende aos objetivos da Umbanda e não vê nas suas esquerdas senão um recurso da Lei Maior colocado à disposição dos frequentadores dos templos de Umbanda.

Porém, não podemos esquecer que é pelo elo mais fraco de uma corrente que se avalia sua capacidade de resistência. E justamente a esquerda é o elo mais fraco da Umbanda, pois seus detratores recorrem ao desconhecido Exu para associar o culto de Umbanda com práticas de magia negra.

Nós temos assistido à encenações dantescas pela televisão, nas quais charlatões mistificam um dos mistérios da Umbanda, que é Exu, e usam estas mistificações exatamente contra nossa religião, com o único intuito de denegrir nossos trabalhos espirituais e nossa religiosidade.

Por que esses charlatões obtêm tanto sucesso e se acham no direito de denegrir nossa religião? Porque falta unidade entre os umbandistas. Justamente porque lhes falta uma consciência religiosa coletiva e direcionada para um só objetivo. Esse objetivo só será alcançado quando surgir uma língua comum a todos os dirigentes de Umbanda, o que só ocorrerá se uma literatura tipicamente umbandista conquistar seu espaço tanto entre os umbandistas quanto na sociedade.

Saibam que a literatura tem o dom de disseminar o conhecimento de uma forma sutil e esclarecedora. No caso da Umbanda, esta literatura deve atender as diretrizes impostas pelos mentores da religião, visando a caracterizá-la como genuína literatura umbandista. E apoiar-se no universo magístico da Umbanda; seus personagens devem guardar relação com os personagens que se manifestam nos trabalhos práticos realizados dentro dos templos de Umbanda. Com isso, desmistificando o mistério “Exu” e dando a ele uma nova interpretação, já dentro de um universo habitado por espíritos humanos, veremos que este universo não é o mesmo que os adversários da Umbanda reservaram para Exu. Devemos fazer o possível para descaracterizá-lo como o campo de ação da Umbanda.

Se digo que devemos fazer o possível, é porque é justamente na própria Umbanda que temos encontrado a maior dificuldade em disseminar uma literatura de Umbanda consequente com o intuito de criar uma consciência coletiva de Umbanda, fundamentada em um universo pelo qual transitam nossos Orixás e nossos guias de direita e esquerda.

O umbandista ainda não descobriu a força que uma literatura traz em si mesma e desconhece o poder que as letras têm como modeladoras e disseminadoras dos conhecimentos que os mentores espirituais gostariam de ver divulgados na forma mais fácil de ser assimilados: em livros. Sim, porque um livro fala a muitos ao mesmo tempo e leva toda uma mensagem, facilitando o trabalho aos dirigentes responsáveis pela doutrinação de médiuns.

Os nossos irmãos espíritas têm recorrido, com sucesso, à literatura espírita kardecista. Durante seus cursos de doutrinação, recomendam as leituras e o estudo das mensagens que trazem. Esperamos que o mesmo aconteça na Umbanda, abrindo ao público o universo mágico e religioso que se manifesta nos templos espalhados por todo o Brasil. Só assim, daqui a algumas décadas, a Umbanda, falará uma só língua, pois terá uma linguagem literária só sua que a distinguirá entre tantas outras já estabelecidas na consciência literária da sociedade civil brasileira.

Só o tempo fará surgir uma consciência religiosa coletiva dentro da Umbanda, que será sua voz forte e audível na consciência da sociedade civil, avessa às vozes das consciências religiosas.

Pedimos compreensão e também que reflitam um pouco a respeito do que aqui está sendo comentado, e talvez percebam por que todas as outrs religiões primeiro apossam-se dos meios de comunicação, para só depois começarem a disseminar, coletivamente, suas mensagens e sua pregações doutrinárias.

Talvez descubram que, se um doutrinador pode ensinar aos seus filhos de Santo uma literatura de Umbanda, pode ensinar a toda uma sociedade, porque fala a todos em geral, sempre por meio da mente de quem apreender suas mensagens.

Perguntem-se por que poderosos grupos econômicos, sustentados por associações religiosas, estão tão interessados em abocanhar os meios de comunicação, e talvez descubram o porquê de a Umbanda não ter acesso à mídia e de não ter uma voz só sua a falar de seu universalismo para a sociedade brasileira, denegrindo nossa religião.

Reverter este quadro depende de os senhores dirigentes dos templos de Umbanda conscientizarem-se de que uma literatura umbandista é mais um recurso à disposição deles para melhor desenvolverem suas doutrinas religiosas.

Afinal, não são poucos os dirigentes que se julgam autossuficientes nos conhecimentos de Umbanda e não só não recomendam a leitura aos seus filhos, como muitos nem admitem que se leia algum livro, porque acham que esse procedimento irá atrapalhar o médium em seu desenvolvimento mediúnico.

Mas estão enganados ao pensar assim e não percebem que uma religião precisa do auxílio de uma literatura para perpetuar-se no tempo, no coração e na mente de seus adeptos e fiéis.

Estes dirigentes, por serem portadores de dons naturais, acham que só isso sustentará a Umbanda enquanto religião. Mas se esquecem de que dons são intransferíveis, enquanto os conhecimentos de uma religião são a certeza de sua continuidade.

Afinal, não são poucos os casos de pais e mães no Santo que manifestavam dons maravilhosos e atraíam multidões aos seus templos, onde atendiam centenas de pessoas em uma só sessão de trabalhos. Mas quando desencarnaram também cessaram os trabalhos, e tudo desapareceu.

Sabem por que isso aconteceu e continuará a acontecer?

Porque estas pessoas só se preocupavam com os fenômenos que seus dons produziam e perderam uma ótima oportunidade de criar toda uma religiosidade de Umbanda na mente e no coração das pessoas que as procuravam quando precisavam de auxílio dos dons que elas manifestavam... e achavam que a religião é isto: frequentar um templo só quando se está com problemas.

Até quando esta mentalidade predominará dentro da Umbanda? Até quando os dirigentes de Umbanda só se preocuparão em curar os doentes? Quando será que entenderão que os fenômenos de cura são comuns a todas as religiões, pois os mistérios espirituais não pertencem a esta ou àquela religião em especial, e sacerdotes portadores de dons surgem em todas elas?

Até quando a Umbanda só valorizará os fenômenos mediúnicos e relegará ao segundo plano sua missão evangelizadora e formadora de uma moral, um caráter e uma consciência religiosa que espelhe os valores espirituais que a têm sustentado e que a eternizarão no tempo como uma religião de fato?

Muitos dirigentes dizem que não precisam dos livros porque conhecem muito mais do que quem os escreve. Mas eles se esquecem de que o que aprenderam desaparecerá assim que eles desencarnarem, mas um livro, este permanecerá e será objeto de estudo para as gerações futuras.

Os livros canônicos das outras religiões são a prova do que estamos defendendo aqui. São os modeladores da consciência religiosa de seus adeptos e fiéis, assim como ajudam seus sacerdotes a falar uma mesma língua ao longo dos tempos, porque todos pregam a mesma coisa o tempo todo.

A Umbanda possui uma escola teórica que defenda uma doutrina só sua?

Não! – respondemos nós.

E isso acontece porque muitos dirigentes decoraram as lendas a respeito dos Orixás e julgam que isso é suficiente para a religião de Umbanda.

Mas não é, irmãos!

As práticas de Umbanda pertencem à espiritualidade porque, sem o concurso dos guias espirituais, elas não se realizam, e os fenômenos não acontecem. Já os conhecimentos religiosos de uma doutrina umbandista, se são teóricos, no entanto sustentarão, na fé aos Orixás, todas as pessoas que se identificam tanto com as práticas e com a religião de Umbanda.

Só que esse lado teórico que dará sustentação à religião umbandista está relegado a segundo plano ou não atrai dirigentes de Umbanda, que só se preocupam em cumprir sua missão e esquecem-se de que uma religião de verdade não se descuida de seu caráter doutrinário, porque só assim se perpetuará no coração e na mente das pessoas.

Observem isto: as pessoas só vão aos médicos ou aos hospitais quando estão doentes. Mas, assim que se curam, esquecem-se dos médicos que o atenderam e esperam não ter de voltar, nunca mais, aos hospitais. E isso costuma acontecer com as pessoas que frequentam os templos de Umbanda, sabem?

Mas isto só acontece porque à Umbanda ainda falta uma consciência religiosa que olhe a pessoa que procura seus templos como um ser humano que precisa de amparo maior, que só será conseguido se despertar nele a mesma fé em Deus e o amor aos Orixás que sustenta o médium que o atende com amor, respeito e dedicação.

Saibam que os médiuns nõ são os curadores de fato: são só de direito e nada mais. Quem cura os doentes são os espíritos ou os Orixás que se manifestam durante os trabalhos e que gostariam de ver aquelas pessoas, curadas por eles, retornando aos templos e professando uma religiosidade equilibrada e continuada.

Muitos dirigentes de Umbanda até dizem às pessoas que os procuram: “Você não tem mais nada. Logo, não tem por que voltar. Só volte quando sentir necessidade!” Isto eu mesmo já ouvi, irmãos. Portanto, não estou falando por falar, e sim porque sei que assim ocorre.

A esses dirigentes falta a consciência religiosa que só uma formação teórica, e de nível superior, irá proporcionar, tornando-os, realmente, sacerdotes de sua religião. Essa consciência os estimulará a transformar os templos que dirigem em um ponto de encontro, confluência e apoio religioso às pessoas os procuram quando estão doentes, que gostariam de continuar a frequentá-los porque confiam nos guias que ali se manifestam e na forma como ali a religiosidade é professada.

Mas não é isso que nós vemos acontecer, pois, assim que as pessoas são curadas, passam a ser vistas como “dispensáveis” pelos médiuns, que dizem: “Fulano já não possui mais nada, mas insiste em vir consultar os guias!”

Isso é consciência religiosa ou religiosidade, senhores?

Não – respondemos nós.

Sim, porque nas outras religiões, quando alguém se achega, logo recebe uma gama de sugestões para que fique em seus templos, já que possuem valores religiosos, que logo são passados ao novo fiel, o qual por sua vez logo os estará manifestando no dia a dia.

Mas na Umbanda isso não acontece porque grande parte dos seus dirigentes não é manifestadora de religiosidade. São apenas curadores. Não se preocupam com nada além de dar socorro imediato a quem os procura, esquecendo-se de que também devem dar amparo a longo prazo, que é a doutrinação e o despertar de uma consciência religiosa em quem gosta de frequentar seu templo de Umbanda.

Esta é a diretriz que deve ser imprimida a uma literatura tipicamente umbandista, na qual toda uma religiosidade, consciente, perpetuar-se-á ao tempo e dará sustentação à fé que os guias espirituais despertaram nas pessoas desesperançadas que os procuram para serem orientadas.

Temos a esperança de um dia vermos as pessoas procurando instruir-se por meio de genuínos livros doutrinários de Umbanda, depois de serem atendidas por médiuns conscientes d beleza espiritual da religião que abraçaram com fé, amor e confiança.

Pelo a todos que não se sintam ofendidos se algumas das minhas colocações são críticas. Desculpem-me se sou direto e vou logo tocando nas deficiências de nossa maravilhosa religião, mas em mim esta consciência religiosa já despertou e tenho tentado despertá-la em outros, ainda que muitos dirigentes, por serem mais velhos, julguem-se donos da Umbanda e não aceitem a renovação dos conceitos religiosos comuns a todos os umbandistas. Afinal, se maturidade é sinônimo de sabedoria, idade nem sempre é sinônimo de sapiência. E digo isso porque tenho visto nos jovens umbandistas uma vontade muito grande de aprender, enquanto nos velhos umbandistas tenho visto um certo cansaço, de tantas perguntas que já responderam.

Logo, recomendo aos mais velhos e maduros, já cansados de ensinar individualmente, que indiquem aos jovens curiosos a leitura de livros umbandistas, pois os conhecimentos práticos, estes só mesmo os verdadeiros dirigentes espirituais dos templos de Umbanda estão aptos a transmitir. Mas uma boa prática não dispensa uma boa teoria, que só os livros podem fornecer, pois são escritos justamente com objetivo de fornecer a base teórica dos trabalhos práticos realizados nos templos de Umbanda. 

Código de Umbanda - Rubens Saraceni
Livro 1
Capítulo 5

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