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27 de set. de 2013

O Papel das Crianças na Umbanda – Cosme e Damião




A Umbanda se mostra, desde o seu nascimento, como uma religião fundamentalmente de ação, cuja doutrina está sendo revelada gradualmente, ao mesmo tempo em que atualizações no “modus operandi” das diferentes tendências dentro da Umbanda exigem novas explicações.    

São três os arquétipos basilares da Umbanda: O Sábio, o Guerreiro e o Puro, representados pelos Pretos Velhos, Caboclos e Crianças, respectivamente. Cada um tem um papel bem definido dentro do ritual de Umbanda, cumprindo funções complementares entre si, e é destas funções que trataremos hoje, dia de São Cosme e São Damião.

Os Pretos Velhos, em sua paciência e sabedoria, são os responsáveis por recepcionar aqueles que chegam pela primeira vez a um terreiro de Umbanda. Conhecedores da alma humana para muito além da psicologia terrestre, estes velhinhos e velhinhas de fala mansa e corpo curvado emprestam seus ouvidos aos problemas dos seus consulentes, identificando-lhes o comportamento e introduzindo-os à doutrina umbandista. 

Compete a estes espíritos realizarem os primeiros diagnósticos e encaminharem a alteração do quadro que ali se apresenta.

Conforme o diagnóstico, o consulente será encaminhado para trabalhos realizados pelos Pretos Velhos juntamente com os Caboclos e/ou para demandas durante a sessão de Caboclos.

Os Caboclos, cujas características refletem o vigor do guerreiro ou a suavidade das Mães d’Água, embora também possuam qualidades doutrinárias que os capacita a orientar o comportamento dos fiéis de Umbanda, bem como realizar diagnósticos, ocupam-se, na maioria dos terreiros, de buscar no “campo astral” do consulente espíritos desequilibrados que estão atuando sobre estes para realoca-los no caminho evolutivo.

Assim, a doutrina dos caboclos costuma ser dirigida aos desencarnados, na tentativa de conduzi-los novamente ao caminho da luz pelas vias do Amor Universal. Quando não conseguem, por não encontrar receptividade e condições de entendimento no atual estado do espirito obsessor que, atraído até ali pela força magnética dos Caboclos, se manifesta nos médiuns para recebera doutrina, estes são encaminhados ao Ogum Megê, comandante da Linha de Exus na Umbanda. Ali serão paralisados em sua queda evolutiva até que possam retomar o caminho ascensional através das linhas de trabalho da esquerda (Exus).

Os amigos, leitores do Blog Além da Matéria, talvez estejam se perguntando onde pretendemos chegar explicando os papéis destes Guias Espirituais em um texto dedicado a Cosme e Damião, certo? Tenham paciência, já chegaremos às tarefas desempenhadas pelas crianças...

O médium de Umbanda, versátil por natureza e treinamento, alterna durante os trabalhos entre distintas faixas vibratórias, incorporando ora Seres de Luz - cuja vibração sutil força a elevação da vibração do próprio médium até níveis superiores -, ora seres desequilibrados, habitantes de regiões inóspitas do astral inferior que necessitam da energia vital e do choque anímico com o ectoplasma dos encarnados para restabelecer se energeticamente e alcançar a condição de receber a doutrina por parte dos Caboclos dirigentes.

Nesta tarefa, ao emprestar seu corpo e sua energia para a revitalização destes espíritos, o médium necessita diminuir temporariamente seu padrão vibratório e entra em contato estreito com toda sorte de toxidade trazida dos ambientes umbralinos pelos espíritos dos obsessores que lá habitam.

O desgaste energético, por melhor preparado que seja o médium, é inevitável, uma vez que ocorre doação de ectoplasma destes para a manifestação e revitalização energética destes espíritos. Talvez esteja nestes eventos a verdadeira caridade praticada pelo médium de Umbanda, o desapego e a aceitação em baixar seu padrão vibratório e doar sua energia para espíritos “infratores” e desequilibrados, oportunizando-lhes a redenção e o reencontro com o caminho evolutivo.

Entendido este processo, podemos finalmente adentrar o papel desempenhado pelos “Cosminhos”, espíritos que se mostram na forma de crianças e que, aparentemente fazem pouco mais que comer, beber e brincar... Aparentemente...

Que trabalhador voluntário, por mais esclarecido que fosse, permaneceria realizando uma tarefa não remunerada que lhes esgota as energias e lhe prejudica a continuidade de suas tarefas no cotidiano da vida material?

É preciso restabelecer os médiuns que ao longo da noite permitiram que em si manifestassem-se espíritos sofredores, envoltos em dor física e moral, aprisionados no ódio e na dor e que, ao serem reencaminhados ao caminho evolutivo deixam nestes as lembranças de seus sentimentos confusos e de suas mágoas.

Os Cosminhos, em sua pureza infantil, com sua fome de doces e salgados, sua sede de sucos e refrigerantes, são hábeis manipuladores da energia vital, capazes de transmutar a matéria dos alimentos de maneira a potencializar a eficiência do organismo em retirar dos alimentos sua carga energética.

Vem daí o gosto exótico em misturar sabores, tão típico nas crianças e tão raro nos adultos. Sabem eles, melhor que ninguém, o que seus médiuns necessitam, e tratam de ingerir estes alimentos e combina-los de maneira a proporcionar a seus “aparelhos” o pronto restabelecimento das energias.

São ainda eles, os Cosminhos, que após uma longa noite envolta em sofrimentos diversos e sentimentos negativos - desequilibrados e desequilibrantes - que, com sua doçura e leveza, com seu bom humor e traquinagens, com sua magia sofisticada e eficiente, apesar de discreta, traz de volta o riso e a brincadeira perdidos durante a seriedade dos trabalhos de demanda.

São eles que devolvem a alegria esquecida em meio a tanta tristeza e sofrimento. São eles que nos envolvem com Amor e Carinho após o contato com tanto ódio dentro de nós, trazido pelos espíritos que permitimos a manifestação através do trabalho e da caridade mediúnica.

Em contato com os fiéis, estes espíritos que se manifestam na forma de crianças estimulam o Amor Fraternal e Universal desprovido de interesses terceiros, harmonizam energias, atuam na saúde física, mental e espiritual... E, principalmente, evocam para todos que compartilham o mesmo ambiente que eles o contato com sua criança interior: pura, amorosa, leve, despreocupada e alegre.

Salve Cosme e Damião! Saravá Erês! Evoé Ibêgis!

- por Diego Silva


Vejamos o que diz o médium e escritor Rubens Saraceni sobre esta Linha de Trabalhos da Umbanda e o arquétipo das crianças, bem como dos espíritos que se manifestam nessa forma, como complemento ao que aqui foi dito.

“A linha das crianças, cujos membros baixam nos centros de Umbanda, é de todas a mais misteriosa.  Esses espíritos infantis nos surpreendem pela ternura, inocência, argúcia, carinho e amor que vibram quando baixam em seus médiuns.

O arquétipo não foi fornecido pelo lado material da vida, pois uma criança com seus 7, 8 ou 9 anos de idade, por mais inteligente que seja, não está apta intelectualmente a orientar adultos atormentados por profundos desequilíbrios no espírito ou na vida material.  Quem forneceu o arquétipo foram os seres que denominamos “encantados da natureza”.

Não foi baseado em espíritos de crianças que desencarnaram que essa linha foi fundamentada, e sim nas crianças encantadas da natureza, que os acolhem em seus vastos reinos na natureza em seu lado espiritual e os amparam até que cresçam e alcancem um novo estágio evolutivo, já como espíritos naturais.

Os espíritos que se manifestam na linha das crianças atendem pessoas e auxiliam-nas com seus passes, seus benzimentos e suas magias elementais, tudo isso feito com alegria e simplicidade enquanto brincam com seus carrinhos, apitos, bonecas e outros brinquedos bem caracterizadores do seu arquétipo.  Ele é tão forte que adultos encarnados sisudos se transfiguram e se tornam irreconhecíveis quando incorporam sua criança.
A presença desses espíritos infantis é tão marcante que mudam o ambiente em pouco tempo, descontraindo todos os que estiverem à volta deles.  Todo arquétipo só é verdadeiro se for fundamentado em algo pré-existente. O arquétipo “Caboclo” fundamentou-se no índio brasileiro e no sertanejo mestiço. O arquétipo “Preto-Velho” fundamentou-se no negro já ancião, rezador, mandingueiro e curador.  O arquétipo “Criança” fundamentou-se na inocência, na franqueza e na ingenuidade dos seres encantados ainda na primeira idade: a infantil.

E, caso não saibam, há dimensões inteiras habitadas só por espíritos nesse estagio evolutivo conhecido, no lado oculto da vida, como “estágio encantado . Nessas dimensões da vida há eles e suas mães encantadas, todas elas devotadas à educação moral, consciencial e emocional, contendo seus excessos e direcionando-os à senda evolucionista natural, pois eles não serão enviados à dimensão humana para encarnarem.  A elas compete supri-los com o indispensável para que não entrem em depressão e caiam no autismo ou regressão emocional, muito comum nessas dimensões.

Nelas há reinos encantados muito mais belos do que os “contos de fadas” do imaginário popular foi capaz de descrever ou criar.  Cada reino tem uma senhora, uma mãe encantada a regê-lo. E há toda uma hierarquia a auxiliá-la na manutenção do equilíbrio para que os milhares de espíritos infantis sob suas guardas não regridam, e sim, amadureçam lentamente até que possam ser conduzidos aos estágio evolutivo posterior.

O arquétipo é forte e poderoso porque por trás dele estão as mães Orixás, sustentando-o, e também estão os pais Orixás, guardando-o e zelando pela integridade desses espíritos infantis.

A literatura existente sobre esse estágio se restringe a alguns livros de nossa autoria que abordam o estágio encantado da evolução dos espíritos.

Mas que ninguém duvide da existência dele porque ele realmente existe e não seriam “crianças” humanas recém-desencarnadas e que nada sabiam da magia que iriam realizar os prodígios que os “Erês” realizam em benefício dos freqüentadores das suas sessões de trabalhos ou com forças da natureza quando oferendados em jardins, à beira-mar, nas cachoeiras ou em bosques frutíferos.

Há algo muito forte por trás do arquétipo e esse algo são os Orixás encantados, os regentes da evolução dos espíritos ainda na “primeira idade”.

Para conhecerem melhor o estágio encantado da evolução, recomenda­mos a leitura do livro de nossa autoria A Evolução dos Espíritos, editado pela Madras.”


Texto extraído do livro “Os Arquétipos da Umbanda”, Editora Madras

21 de set. de 2013

Exu





Exu é ativador de nossos merecimentos. É o que propicia nossas vitórias e nossas derrotas, pois nem sempre sabemos lidar com a vaidade, o ego, o egoísmo e a soberbia que aflora de forma acentuada quando se conquista algo ou alguém. Exu é quem abre nossos caminhos, mas também fecha, tranca e acorrenta nossa vida quando nos encontramos desequilibrados e viciados numa maldade e numa possessão sem fim. Isso é a Lei e assim é EXU!

Exu é a força que atua sobre o negativo de qualquer pessoa tentando equilibrar essa ação. É aquele que faz o erro virar acerto e o acerto virar o erro. É aquele que escreve reto em linhas tortas, escreve torto em linhas retas e escreve torto em linhas tortas.

Mesmo nos momentos em que nos vemos no meio do caos, Exu sabe fazer com que a ordem prevaleça. Exu não gosta de displicência e de injustiça, não aceita nada mais e nada menos do que lhe é de direito e de dever.

Exu não faz, não participa e não orienta nenhum tipo de magia negativa, Exu é Mago Realizador por excelência, e conhece absolutamente tudo sobre magia. No entanto, conhece também a Lei Divina e a cumpre com perfeição a cada momento. Magia negativa é ação do homem que deseja mais do que pode, deve e merece. Exu dá e faz somente aquilo que for de merecimento e de necessidade para o Ser, segundo a Lei Divina.

EXU, palavra iorubá (Èsù) pode ser traduzida como “esfera” representando o infinito, o que não tem começo nem fim e que está em todos os lugares, no Tudo e no Nada.

Ele é o “mensageiro”, recebe e leva os pedidos e as oferendas dos seres humanos ao Orum, o céu. É o Senhor dos caminhos, das encruzilhadas, da entrada e da saída. É o movimento inicial e dinâmico que leva à propulsão, ao crescimento e à multiplicação.

São espíritos iluminados que, de forma muito peculiar, conhecem nosso íntimo e nossa conduta muito mais que nós mesmos.

Exus do Cemitério – normalmente têm a regência de Omulu, são quietos, de pouca fala e reservados. São exigentes e trabalham muito nos descarregos fortes, desmanches de demandas antigas e conscientização da vida humana.

Exus da Encruzilhada – normalmente têm a regência de Ogum. Não são tão quietos como os de cemitério, mas são extremamente valentes, exigentes e duros. Trabalham muito na abertura de caminhos, na quebra de demanda e em situações que precisam urgentemente de mudança.

Exus da Estrada /rua – normalmente têm a regência de Oxóssi. São mais falantes, brincalhões e risonhos, no entanto exigem a verdade de seus fieis conhecendo a intenção de uma palavra e de um pedido mesmo que eles estejam em pensamento.

Seu dia da semana é Segunda feira, dia propício para magias e rituais que invoquem paz, fertilidade, harmonia e meditação. De energia lunar o dia favorece novos começos e confere poder.

Suas contas são pretas (neutraliza/absorve) e vermelhas (ativa/irradia), reafirmando a energia da contradição de Exu.



Autor desconhecido




4 de set. de 2013

Esclarecimentos do Exu das Sete Encruzilhadas




Durante uma “sessão de demandas” no terreiro em que trabalho, o Sr. Exu das Sete Encruzilhadas se manifestou e recomendou um “trabalho” incomum na Umbanda Branca, o que gerou dúvidas em seu médium (Eu). Alguns dias após, surgiu em minha mente a explicação, com sua maneira própria de se expressar.  Não irei reproduzir aqui o linguajar que ele utiliza no terreiro, por entender que faz parte de “sua roupagem” adequada ao ambiente e ao entendimento daqueles que ali estão. Senti sua presença e inspiração enquanto escrevia o texto que segue e o português correto (diferente da sua fala corriqueira) me foi transmitido igualmente por ele, tornando o ensinamento mais claro e adequado à linguagem escrita.

"Para entender o trabalho que foi solicitado, filho, e o por quê, é preciso entender a natureza dos espíritos que atuam na Umbanda e o trabalho que eles realizam... Cada Orixá traz suas qualidades, filho, e irradiam essas qualidades para o mundo. Oxalá irradia a Fé, Ogum a Lei, etc. Os caboclos e preto-velhos que trabalham nos terreiros também são irradiadores destas qualidades dos Orixás.

Quando afirmo que eles irradiam estas qualidades quero dizer que influenciam de maneira positiva aqueles que são irradiados por eles, estimulando-os a seguir o caminho correto. É como os pais que educam os filhos, lhes transmitindo valores morais, amor, carinho, compreensão, na esperança de que trilhem o caminho da luz.

Mas nem todos os filhos dão ouvidos aos ensinamentos dos pais, não é mesmo? Alguns fazem uso de seu livre-arbítrio e fora de casa fazem o que acham mais conveniente. Na rua filho, quando eles  agem de maneira a prejudicar alguém (outro ou a si mesmo) deixam de ser os pais os responsáveis por fazer esses filhos retomarem a trilha justa, este papel agora é da sociedade, com suas leis e seus agentes da lei, não é mesmo? E é aí que nós (os Exus) entramos...

Nas “sessões de demandas” o filho pode perceber que os caboclos orientam encarnados e desencarnados a fazerem as escolhas certas, de acordo com a Lei Maior, seguindo seu caminho evolutivo sem prejudicar o outro ou a si mesmo. E quando não conseguem (no caso dos desencarnados) encaminham estes irmãos ao Ogum Megê (nós).

Nós não somos amorosos e carinhosos, filho, mas só atuamos com aqueles que não conseguem aceitar a educação com amor e carinho, e paralisamos eles. E nisto consiste a diferença fundamental entre nosso modo de agir e o modo dos caboclos e preto-velhos: Eles estimulam o bem, nós paralisamos o mal.

No plano dos encarnados ser preso pela lei é uma punição, mas no nosso plano é uma benção. Isso porque quem está agindo em desacordo com a Lei Maior está prejudicando a si mesmo, contraindo carma, inimigos, semeando (em si e nos outros) o ódio e a intolerância. Se ninguém interferir este irmão seguirá afundando na lama em que se meteu.

Assim, quando nós paralisamos um espirito e o impedimos de seguir cometendo os erros que ele insiste em cometer, isto é um gesto de amor do Pai que, através de nós, impede esse filho de prejudicar-se ainda mais. Se somos brutos, se usamos a força, não é por crueldade, mas apenas porque esses irmãos ainda não estão receptivos às palavras de carinho e amor. Se estivessem, quem agiria sobre eles seriam os caboclos e preto-velhos.

Então, lembre-se desse ensinamento:

- Os espíritos que atuam na Luz são irradiadores das qualidades dos Orixás e estimulam o comportamento correto naquilo que irradiam, de acordo com suas origens divinas, com sua formação e seu “posto de trabalho”. Quando um caboclo de Oxóssi afirma trazer irradiação de Oxalá e Iemanjá, eles está informando qual seu “campo de atuação”, qual sua influência, sua especialização. É como um encarnado que estuda uma profissão (caboclo de Oxóssi) e depois faz cursos que lhe acrescentam conhecimento e ampliam sua área de atuação profissional (irradiação de Oxalá e Iemanjá).

- Nós - que também somos espíritos de Luz, mas que atuamos nas regiões de sombra - não somos irradiadores, não estimulamos o bem, mas impedimos e paralisamos o mal. E também estamos vinculados aos Orixás e é isto que nos diferencia uns dos outros, determinando qual a área de atuação de cada um.

Agora que o filho entendeu esta diferenciação no modo de agir e a semelhança nas área de atuação, vou explicar como se dará o trabalho que eu prescrevi, caso seja decidido nas esferas superiores que comandam o terreiro que este deva ser feito.

O filho já sabe como se dão os trabalhos dos preto-velhos, não sabe? Eles riscam o ponto de um caboclo de uma determinada linha (invocando esse caboclo), utilizam os elementos de “força” desta linha (ervas, flores, bebidas) e solicitam ao Orixá que irradie sobre a pessoa para quem está sendo feito o trabalho as suas qualidades de Orixá, estimulando-a ao comportamento correto naquele campo de atuação.
Conhecer o “campo de atuação” de cada Orixá é essencial para que não se solicite questões relacionadas à Justiça a um Orixá que atua irradiando Amor, ou a Lei a quem irradia a Fé.

O mesmo acontece com os Exus, filho...

Neste trabalho, especificamente, será riscado um ponto invocando os Exus comandantes das linhas que são análogas às linhas comandadas pelos caboclos e que estão diretamente ligadas a cada Orixá. Neste processo serão utilizados os elementos de “força” dos Exus, e a cada um deles será solicitado que atue (sobre a pessoa) em seu campo de atuação, paralisando um comportamento negativo e impedindo que este filho desça mais sua vibração e atraia para si complicações que dificultarão o seu retorno ao caminho ascensional.

Tudo dentro dos limites da Lei da Umbanda, da Lei do livre-arbítrio e da Lei do Carma.

O trabalho dos Exus será desestimular certos tipos de pensamentos, impedir a aproximação de determinados espíritos, dificultar o acesso a alguns caminhos errados e, uma vez que este filho esteja livre de influências negativas estará também mais receptivo às influências positivas irradiadas pelos Orixás através dos caboclos e preto-velhos.

Eu lhe transmiti essas informações para que compreendas um pouco mais da natureza do trabalho que realizamos juntos e também para o esclarecimento dos seus colegas umbandistas que, como a maioria das pessoas, temem aquilo que desconhecem.

O Conhecimento - aliado à Fé e ao exemplo - é a melhor maneira de eliminar um preconceito. E o filho sabe que a falta de informação, a fé conveniente aos interesses mundanos e o mau exemplo de espíritos descompromissados com a Lei tem promovido muito preconceito em relação à Linha de Trabalhos de Exu.

Um Exu de Umbanda é um agente da Lei, subordinado à Ogum, irradiado pelos Orixás, atuante nas regiões sombrias e responsável por paralisar comportamentos viciados, desequilibrados e desequilibrantes.

Este esclarecimento, filho, não trás nenhum “mistério revelado”, nenhuma novidade, nenhum segredo oculto e impenetrável. Não é conhecimento iniciático ou esotérico, portanto não há mal em divulgar isso para quem quer que se interesse pelo assunto."


Diego Silva – através de comunicação mediúnica com o Exu das Sete Encruzilhadas

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