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28 de dez. de 2012

Receita de ano novo




Para você ganhar belíssimo Ano Novo 
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz, 
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido 
(mal vivido talvez ou sem sentido) 
para você ganhar um ano 
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras, 
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser; 
novo 
até no coração das coisas menos percebidas 
(a começar pelo seu interior) 
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota, 
mas com ele se come, se passeia, 
se ama, se compreende, se trabalha, 
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita, 
não precisa expedir nem receber mensagens 
(planta recebe mensagens? 
passa telegramas?) 



Não precisa 
fazer lista de boas intenções 
para arquivá-las na gaveta. 
Não precisa chorar arrependido 
pelas besteiras consumidas 
nem parvamente acreditar 
que por decreto de esperança 
a partir de janeiro as coisas mudem 
e seja tudo claridade, recompensa, 
justiça entre os homens e as nações, 
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal, 
direitos respeitados, começando 
pelo direito augusto de viver. 



Para ganhar um Ano Novo 
que mereça este nome, 
você, meu caro, tem de merecê-lo, 
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, 
mas tente, experimente, consciente. 
É dentro de você que o Ano Novo 
cochila e espera desde sempre.
 



15 de nov. de 2012

Umbanda Um, a banda do um - parte 1



A umbanda - "O sentido universalista da umbanda como uma cisão do culto fechado das religiões, seja candomblé, seja a católica, ambas monistas, cada uma com a sua verdade; o panteísmo necessário da umbanda, uma religião que não é uma mas 'todas', misturando o kardeccismo, o catolicismo, o politeísmo africano. (E Banda Um é uma música-síntese com uma intenção e um conceito panculturalista, uma canção que cultiva as idéias de música, de juventude, de comportamento, de consumo e de vários nacionalismos.)" 

A Banda Um - "E, ao mesmo tempo, o fato de sermos um pouco a Banda do Zé Pretinho [Gil se refere aqui ao grupo de Jorge Benjor, ao qual compara o seu]: Banda Um é como se fosse o nosso hino, o nosso prefixo musical." 

A UmBandaUm - "Banda Um é uma coisa, e umbanda é outra, exatamente o oposto: Banda Um é uma banda; umbanda são todas as bandas - ou nenhuma, em princípio. 'UmBandaUm' [a repetição seguida de 'Banda Um' no verso faz ressoar a palavra 'umbanda'] estabelece o jogo dos contrários: faz o embutimento mútuo dos dois sentidos.

"A descoberta de todas essas coisas me animou à escolha, embora eu tenha hesitado muito em optar por Um Banda Um para nomear o disco e me apaziguar com a idéia de fazer esse tipo de brincadeira (que às vezes pode ficar gratuito; mas quando você descobre uma solução que, embora fácil, esteja carregada de sentido, e esse era o caso - 'umbanda' é uma palavra com uma carga enorme no Brasil -, aí, tudo bem). Acabei topando."

Palavras-valise - " 'Zanzibárbaro': do Zanzibar, um bar de negros, da Federação (bairro de Salvador). A loura 'blumenáutica': de Blumenau, e ao mesmo tempo náutica (a referência, embutida, aos esportes aquáticos, ao surfe, à juventude, ao mar, ao verão). Palavras-valises. Nelas cabe um bocado de idéias: você vai botando. É um dos procedimentos concretistas que mais me interessam. A invenção da palavra que é um condensado de significados."



BandaUmBandaUmBandaUmBanda - ô-iê
Iê-iê-iê-iê 
BandaUmBandaUmBandaUmBanda - ô-ô
(Iô-iô-iô-iô) 

Banda Um que toca um balanço parecendo polka 
UmBandaUmBandaUm 
Banda Um que toca um balanço parecendo rumba 
UmBandaUmBandaUm

Banda Um que é África, que é Báltica, que é Céltica 
UmBanda América do Sul 
Banda Um que evoca um bailado de todo planeta 
UmBandaUm, Banda Um 

BandaUmBandaUmBandaUmBanda - ô-iê
Iê-iê-iê-iê 
BandaUmBandaUmBandaUmBanda - ô-ô
(Iô-iô-iô-iô) 

Banda pra tocar por aí 
No Zanzibar 
Pro negro zanzibárbaro dançar 
Pra agitar o Baixo Leblon 
O Cariri 
Pra loura blumenáutica dançar 
(Hum...) Banda Um, Banda Um

BandaUmBandaUmBandaUmBanda - ô-iê 
Iê-iê-iê-iê
BandaUmBandaUmBandaUmBanda - ô, ô 

Banda Um que soa um barato pra qualquer pessoa 
UmBanda pessoa afins 
Banda Um que voa, uma asa delta sobre o mundo 
UmBanda sobre patins 

Banda Um surfística nas ondas da manhã nascente 
UmBanda, banda feliz 
Banda Um que ecoa uma cachoeira desabando 
UmBandaUm, bandas mis

BandaUmBandaUmBandaUmBanda - ô-iê
Iê-iê-iê-iê 
BandaUmBandaUmBandaUmBanda - ô-ô
(Iô-iô-iô-iô)

11 de set. de 2012

Quando a morte se avizinha de quem amamos...

[...]Eu vou rasgar meu coração pra costurar o teu.
"Acalanto" Edu Lobo - Chico Buarque/1985- Para a peça "O corsário do rei" de Augusto Boal

Minha mãe recebeu alta hoje, após uma semana no Instituto de Cardiologia. Foi conduzida para lá após um infarto que, se não fosse uma série de coincidências e a presença de um amigo da família que soube antever o perigo e tomar as medidas adequadas, poderia ter sido fatal.

Tudo correu bem, na medida do possível e, acredito ela teve o melhor e mais rápido atendimento que as “coincidências” poderiam providenciar. E, tudo pelo SUS.

Mas, não comecei este texto para falar de coincidências, mas de convicções e da morte.

Acompanhei por telefone cada passo de minha mãe antes de ser diagnosticada, este prestativo amigo que a acompanhava (o principal responsável pela série de coincidências positivas que lhe permitiram permanecer entre os vivos) me mantinha informado enquanto eu mantinha minha agenda de trabalho. De fato, estava jantando no Alfredo’s, alinhavando alguns pontos soltos após uma reunião.

Quando percebi a gravidade da situação, me despedi daqueles que me acompanhavam e tomei um taxi, e neste instante foi que considerei seriamente a hipótese de “perder” minha mãe.

Quem me conhece razoavelmente sabe que não há - nem houve - outra mulher a quem eu ame mais que minha mãe e, seria natural supor que a possibilidade de não mais tornar a conviver com ela me impactasse. Contudo, foram sentimentos confusos os que me envolveram naquele início de noite.

Percebi minha mente dominando o emocional, primeiro ordenando a frieza de aguardar os exames e o parecer médicos, mantendo-me calmo e sereno para tomar todas as medidas que por ventura se fizessem necessárias. Segundo, fazendo vir a tona a racionalidade de minhas crenças e convicções, a quem devo a coerência de permitir orientar meu comportamento e, quando possível, as minhas emoções.

Não creio em morte.

Para mim, morte e nascimento são momentos em tudo semelhantes e delicados, e ambos podem ser adiados, porém não convém que se adie indefinidamente.

A morte, assim como o nascimento, pode resultar em uma sequência difícil, de acordo com as possibilidades de cada um. Há em ambos uma continuidade que não somos capazes de perceber, uma consequência de atos que não recordamos, nem sempre apenas nossos.

Mas, cônscio dessa lógica e conhecedor da vida que minha mãe tem vivido, é natural para mim supor uma sequência agradável ao seu desencarne, representando este, mais um sucesso do espirito que um fracasso do corpo.

Assim, convencido de que morrer não seria uma possibilidade ruim, mantive uma calma aparente que poderia mesmo induzir ao equívoco àqueles que, sabedores da enfermidade de minha progenitora, viessem a supor nisso falta de amor ou preocupação.

Mas, o filho sofria por dentro, esteve frágil e a ponto de ser dominado por emoções contraditórias o tempo todo. Era o ego se manifestando, tentando controlar minha mente e fazer-me pensar em mim, conquanto o momento fosse dela.

Se o foco do pensamento virava, invariavelmente as emoções se apoderavam de mim. Eu poderia não mais ter comigo minha amada mãezinha. Eu sofreria muito com sua ausência. Eu perderia a oportunidade de seguir aprendendo com seu amor incondicional. Eu estava fragilizado.

Mas, Eu não deixei o pensamento se fixar em mim, e as emoções não dominaram meu espirito.
Não tenho como prever quem serão os leitores que este texto encontrará. E, portanto, desconheço suas crenças e convicções acerca do universo, da vida e da morte. Todavia, aqueles que compartilham crenças e convicções semelhantes às minhas, não choram seus entes queridos, mas a si mesmos.

No fim das contas, minha mãe está em casa e, ao menos por enquanto não há motivos para o pranto. Mas, se a vida seguir seu curso natural, ela deverá desencarnar antes de seus filhos. E, quando isso ocorrer, é muito provável que a emoção me domine.

Neste dia, serei pranteador, pranto e pranteado. Será por mim e pelos que ficam que minhas lágrimas correrão, porque eu conheço a natureza da morte, e sei que ela guarda poucas surpresas e nenhuma incoerência enquanto continuidade do que chamamos vida.

Estou feliz com o retorno de minha mãe ao lar, e meu espirito estará feliz quando ela não mais retornar, ainda que meu ego demonstre o contrário. 

7 de set. de 2012

Religião vs Espiritualidade




"Religião é para as pessoas que tem medo de ir para o inferno.
Espiritualidade é para aqueles que já estiveram lá."

Ainda que na vida foda da matéria os espíritos agrupem-se por afinidades e, dentre estas, filosofias e religiões, estas últimas existem efetivamente apenas no âmbito dos encarnados. 

Não queremos afirmar que as religiões não existem nas outras dimensões, afinal é lá que elas surgem e é apenas lá que elas existem em  seu estado puro, sem as distorções interpretativas dos que estão limitados pela carne. Contudo, nestes planos, as religiões não representam verdades excludentes entre si, ao contrário, são harmônicas e complementares e, as mesmas divindades que inspiram uma religião, inspiram outras, ainda que em cada uma sejam conhecidas diferentemente.

A religião surge nos planos superiores para os homens e pelos homens, não é intrínseca a estes planos ou a estes seres. Budistas, judeus, muçulmanos, umbandistas, católicos, protestantes, etc., fora da matéria cultuam as mesmas divindades e percebem-se como parte indissociável do indivisível. 

Todos os que cresceram e tornaram-se grandes, já foram pequenos e, muitos dos pequenos já foram grandes. Os que habitam a luz já estagiaram nas trevas e muitos dos que estão nas trevas já estiveram na luz. 

Para aqueles que compreendem a unidade da divindade que habitamos/somos, a religião não é mais que uma ferramenta: presta-se a fins específicos que, quando alcançados, deixa a ferramenta de ter utilidade.

E, para encerrar com uma expressão poética sugerida por um amigo, "SARAVÁMASTÊ" aos irmãos de jornada!

14 de jul. de 2012

Palavras de André Luiz


Na Terra, Deus nos concede o corpo, através de pais amigos.
Entretanto... Cada um de nós se lhe faz inquilino temporário em regime de responsabilidade.

Deus nos proporciona a riqueza das horas pela contabilidade do Tempo.
Entretanto... Cada criatura, em momento oportuno, apresentará o relatório dos próprios dias.

Deus nos oferta os laços afetivos pelos princípios da afinidade.
Entretanto... Podemos valorizá-los ou não, conforme o nosso próprio arbítrio.

Deus nos concede a propriedade, por intermédio das leis organizadas pelos próprios homens.
Entretanto... Daremos conta do usufruto respectivo.

Deus nos oferece as sementes pelos recursos da Natureza.
Entretanto... Plantio e colheita são sempre de nossa escolha.

Deus nos confia o dinheiro, através do trabalho ou da generosidade alheia.
Entretanto... Somos responsáveis pela aplicação da finança que nos seja creditada.

Deus nos habilita para a eficiência com máquinas diversas, por meio da própria inteligência humana.
Entretanto... Compete a nós outros a programação e a condução delas.

Em suma, toda criação e doação das vantagens de que dispomos procedem de Deus.
Entretanto, é justo reconhecer que todos os êxitos e problemas da utilização pertencem a nós.

ANDRÉ LUIZ
Do livro "Vida em Vida", André Luiz (Espírito), Francisco C. Xavier (psicografia)

10 de jul. de 2012

Índigo - Oração




Afirmações para Consciências em Expansão:


Tenho capacidade de cumprir, com êxito e facilidade, minha parte no Plano de Deus, sendo co-criador com Ele!… Sou um mestre de luz encarnado na Terra, evoluindo, me expandindo e ascendendo cada vez mais, cumprindo aquilo que aqui vim realizar para o meu bem e para o bem de todos. Ajudo a todos abrindo e sustentando novos paradigmas, sabendo discernir com sabedoria e clareza aquilo que deve mudar… Ajo com lucidez e determinação em meus projetos e empreendimentos.

Confio em mim e na Providencia Divina, com a certeza de que receberei em abundancia idéias, recursos, instrumentos, orientação intuitiva, colaboradores e respostas nas iniciativas inspiradas… A coragem, a saúde e a sorte me acompanham.

Utilizo as energias que me chegam de forma equilibrada, adequadas ao meu corpo físico, sem danos ou doenças… Possuo a freqüência dos grandes seres, anjos e mestres, podendo usar meus dons com facilidade sempre que precisar deles.

Estou aterrada e segura em minha vida terrena, em conexão harmônica com o céu e a Terra, calmo, balanceado e feliz… Faço crescer minhas raízes antes de fazer crescer o tronco, os galhos, as folhas, as flores e os frutos. Fortaleço-me em minhas inteligências múltiplas, em meu amor incondicional e minha paixão missionária.

Desenvolvo-me em todos os níveis, com equilíbrio energético e percepções avançadas. Tenho o apoio de meus guias e anjos protetores. Reconheço meu valor e tenacidade nas coisas que faço e crio. Sou original, amoroso, gentil, humanitário e vitorioso.

Sei mesclar com destreza a tecnologia e os recursos ancestrais sagrados da natureza terrena. Descubro novos caminhos e verdades por onde ando, estudo e incorporo tudo o que há de melhor nas diferentes culturas.

Sei transcender com rapidez e inteligência os problemas do caminho, sem danos ou estresse. Ajudo a criar um novo mundo de paz e felicidade sobre o planeta. Aprendo e ensino ao mesmo tempo. Vivo a unidade divina na Terra. Sou Deus em ação!



Fonte: http://revolucaodosindigos.wordpress.com/
 

Pesquisa revela poder da energia liberada pelas mãos


Um estudo desenvolvido recentemente pela USP (Universidade de São Paulo), em conjunto com a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), comprova que a energia liberada pelas mãos tem o poder de curar qualquer tipo de mal estar. O trabalho foi elaborado devido às técnicas manuais já conhecidas na sociedade, caso do Johrei, utilizada pela igreja Messiânica do Brasil e ao mesmo tempo semelhante à de religiões como o espiritismo, que pratica o chamado “passe”. 


Todo o processo de desenvolvimento dessa pesquisa nasceu em 2000, como tema de mestrado do pesquisador Ricardo Monezi, na Faculdade de Medicina da USP. Ele teve a iniciativa de investigar quais seriam os possíveis efeitos da prática de imposição das mãos. “Este interesse veio de uma vivência própria, onde o Reiki (técnica) já havia me ajudado, na adolescência, a sair de uma crise de depressão”, afirmou Monezi, que hoje é pesquisador da Unifesp. 



Segundo o cientista, durante seu mestrado foram investigado os efeitos da imposição em camundongos, nos quais foi possível observar um notável ganho de potencial das células de defesa contra células que ficam os tumores. “Agora, no meu doutorado que está sendo finalizado na Unifesp, estudamos não apenas os efeitos fisiológicos, mas também os psicológicos”, completou. 



A constatação no estudo de que a imposição de mãos libera energia capaz de produzir bem-estar foi possível porque a ciência atual ainda não possui uma precisão exata sobre esse efeitos. “A ciência chama estas energias de ‘energias sutis’, e também considera que o espaço onde elas estão inseridas esteja próximo às frequências eletromagnéticas de baixo nível”, explicou. 



As sensações proporcionadas por essas práticas analisadas por Monezi foram a redução da percepção de tensão, do stress e de sintomas relacionados a ansiedade e depressão. “O interessante é que este tipo de imposição oferece a sensação de relaxamento e plenitude. E além de garantir mais energia e disposição.” 



Neste estudo do mestrado foram utilizados 60 ratos. Já no doutorado foram avaliados 44 idosos com queixas de stress. 
O processo de desenvolvimento para realizar este doutorado foi finalizado no primeiro semestre deste ano. Mas a Unifesp está prestes a iniciar novas investigações a respeito dos efeitos do Reiki e práticas semelhantes a partir de abril do ano que vem.

5 de jul. de 2012

Consciência Mediúnica

Pelo Espírito de: Vianna de Carvalho
Psicografia do Médium: Divaldo P. Franco
Livro: Médiuns e Mediunidades



Na estrutura da vida psíquica do indivíduo, a consciência do eu pode mudar de nível, propiciando-lhe galgar avançados estados de lucidez e integração, que variam desde os mais primários até os mais transcendentes.

Certamente, as primeiras informações a respeito dos estados alterados de consciência provêm da Vedanta, a escritura religiosa mais antiga do mundo, na qual estão insertos os ensinamentos filosóficos da tradição hindu.

Mais tarde, entre outros, o pensador russo Gurdjieff, respeitado mestre espiritual, examinou a questão, propondo as alterações de níveis de consciência mediante exercícios e induções que ora chamaríamos transpessoais.

Segundo a moderna psicologia transpessoal, é possível lograr-se uma ampliação da consciência além das fronteiras habituais do ego, superando as faixas do espaço e do tempo, conforme as percepções tridimensionais.

Consideram-se normais alguns dos estados de consciência, nos quais ocorrem os fenômenos habituais, situando-se aqueloutros, os parapsicológicos e os mediúnicos, como de natureza patológica.

Observações acuradas ao lado de pacientes induzidos por sugestão, concentração, meditação, terapias mediante a aplicação de drogas, concluíram pela ocorrência de fenômenos transcendentais nos níveis elevados de consciência alterada.

Exceção feita aos delírios, às alucinações, às ilusões, surgem, na área das manifestações subjetivas, as ocorrências de clarividência, de premonição, de clariaudiência, de desdobramento, abrindo espaço para as comunicações mediúnicas, tais a psicografia, a psicofonia, a psicotografia, etc., em cujos processos a interferência do desencarnado se faz indispensável e atuante.

Não eliminamos a possibilidade desses fenômenos ocorrerem também em psicopatas, tendo como origem o inter-relacionamento espiritual, sem que se apresentem na condição de aberrações mentais.

Outras vezes, tais alterações de consciência facultam a ampliação do eu, facilitando o intercâmbio com inteligências desencarnadas, sem ou mediante a ocorrência da perda de lucidez, de identidade, de unidade do eu pensante.

A linha divisória que assinala a transferência do estado paranormal para o patológico é muito sutil, dando margem à crença de que alguns níveis de consciência mística sejam confundidos com distonias esquizofrênicas.

AS formas corretas para distinguir-se um do outro estado são a observação da própria ocorrência, o comportamento do indivíduo na forma de encarar a realidade objetiva, a sua maneira de relacionar-se com o grupo social no qual se encontra, as suas manifestações de ansiedade e de medo.

A realidade total é uma decorrência da concepção do universo e da consciência como conglomerados de energias, em níveis cada vez mais complexos, em um mecanismo de harmônica interpenetração.

Assim, embora a variação de escolas psicológicas que estudam o assunto, poderíamos estabelecer cinco níveis de consciência sem delimitarmos as suas fronteiras, verificando aquelas nas quais ocorrem as manifestações mediúnicas, de que a doutrina espírita se faz o admirável campo de estudo metodológico objetivando a plenitude do ser.

Em uma cartografia inspirada no sistema de psicologia e espiritismo, merecem exame, embora rápido, esses diferentes estados de consciência.

No primeiro, denominado consciência do sono, há uma total ausência de idealismo e as atividades do ser estão reduzidas, praticamente aos automatismos de natureza fisiológica: manifestações instintivas, respiração, assimilação sem um real conhecimento das ocorrências. O indivíduo dorme, como, procria, ausente dos procedimentos da lógica, da razão. Poderíamos denominar este como um estado de sono sem sonhos.

Inevitavelmente, através do processo evolutivo inexplorável que as reencarnações proporcionam, o homem transita para o estado intermediário, o de consciência em despertamento ou com sonhos, no qual surgem as primeiras expressões de idealismo, de interesse, de luta para a aquisição de valores imediatos, considerados indispensáveis à sobrevivência no labor cotidiano. Apresenta-se um alargamento de horizontes, embora timidamente, que permite vislumbrar o prazer além da sensação, a comodidade, os sinais primeiras da beleza, da arte, do conhecimento, da fé.

Os sonhos se manifestam, desvelando impressões do inconsciente e dos contatos espirituais, embora nebulosos, favorecendo a ativação de mais amplas percepções.

Ocorre, a partir dessa fase, o nível de consciência desperta ou de identificação, no qual o homem começa a observar-se a si mesmo e ao seu próximo, ampliando o grau de relacionamento social e emocional, aspirando pelos ideais de engrandecimento humano, lutando com lucidez pela ampliação dos valores éticos, descobrindo metas além do imediatismo automatista e avançando com entusiasmo na defesa dos seus valores de enobrecimento.

Essa identificação possibilita uma revolução da consciência, a fim de que possa voltar-se para a interiorização, para a percepção subjetiva da realidade.

Lentamente, a consciência de si mesmo ou transcendência do eu assoma e predomina em relação às expressões do mundo exterior.

O homem orgânico, porém, é uma “máquina com funções”, que devem ser educadas, bem dirigidas pelo espírito que nela habita, a fim de, mergulhando na sua transcendência, poder encontrar-se.

A princípio, são momentos breves que se amiudam, ensejando realizações plenificadoras, que o libertam das constrições do invólucro material.

As funções, por automáticas que são, instintivas, motoras, sexuais, do intelecto e da emoção, devem ser canalizadas e direcionadas para a aquisição da harmonia que deve predominar no soma, ensejando a expansão paranormal, o intercâmbio com as forças vivas do universo além da dimensão material.

Abstraindo-se do mundo exterior, a consciência sintoniza com as inteligências desencarnadas, propiciando as comunicações lúcidas – em estado sonambúlico, de inconsciência ou não – nas quais a identificação dos espíritos se faz com o máximo de resultados positivos possíveis.

Nesse nível de consciência, a moralização do homem torna-o alvo dos espíritos nobres que o elegem para ministérios relevantes, não necessária e obrigatoriamente de projeção na comunidade, de relevo social, embora também aí ocorram, exigindo maior soma de abnegação, de elevação moral, a fim de enfrentar os perigos e perturbações que as posições de destaque exigem daqueles que as assumem.

É nesse nível que o impositivo da conduta cristã se torna o recurso saudável e valioso para quem desejar o êxito do empreendimento evolutivo.

Tão habitual se tornará a vivência nesse estado de consciência, que logo será alcançado o estágio mais elevado, o de consciência objetiva, ou cósmica, facultando um absoluto controle das funções orgânicas e propiciando-se o êxtase – a catalepsia consciente – que enseja a libertação dos limites humanos com penetração tranqüila no cosmo.

O espírito encarnado e lúcido, nesse nível, facilmente se emancipa das amarras físicas sem as romper e intercambia com outros, superando os condicionamentos da reencarnação.

Somente os grandes mestres e guias da humanidade, em razão das suas conquistas pretéritas, logram conscientemente, e com freqüência, esse nível de libertação cósmica, tais Francisco de Assis, Teresa de Ávila, Swendenborg, Edgar Cayce, Gandhi, ou, sob outras condições de concentração, da Vinci, Miguel Ângelo, Pascal, Einstein, Hansen, ou Galileu, Newton, Copérnico, capazes de se esquecerem de si mesmos durante suas pesquisas e observações...

É um nível de consciência que exige treinamento cuidadoso, sacrifício pessoal, abnegação extremada, critério de objetivo, morte na vida...A psicologia criativa, embora com outras conclusões, reconhece esses cinco níveis de consciência com as suas variações naturais.

Pode o homem alcançar ou transitar momentaneamente por alguns dos três últimos estados de consciência enquanto estagia noutro, não permanecendo senão na faixa que lhe corresponde o treinamento ou a aquisição já realizada.
Vale, porém ressaltar, que a conquista dos vários níveis de consciência é feita passo a passo, com esforço e dedicação reunidos. Ocorrendo recuos ou paradas, devem ser considerados normais esses fenômenos, até que o treinamento se incorpore aos hábitos, facultando a aprendizagem com emulação sempre mais forte para a conquista do degrau superior.

A educação da mediunidade paralelamente enseja a alegria de o indivíduo ser feliz pelo bem que pode realizar e pelo prazer de experimentar o bem que se recebe.

Os fenômenos mediúnicos, no entanto, podem ocorrer em qualquer nível de consciência, em particular quando se tratam de manifestações obsessivas, que irrompem em crises de violência ou de depressão, face às dívidas morais existentes entre os litigantes, ora em processo de reajustamento espiritual.

O exercício da mediunidade saudável, todavia, manifesta-se em harmonia com o nível de consciência de si mesmo, expressando a valiosa conquista do espírito encarnado no seu processo de evolução.

Ocorrem, às vezes, manifestações mediúnicas de prova, em níveis inferiores de consciência, que o sensitivo pode elevar utilizando-se dos valores morais e do correto treinamento, assim facilitando-lhe a sintonia com a vida pulsante fora dos limites materiais.

Jesus - Cristo, o Médium por Excelência, por estagiar em nível de consciência sublime, sintonizava continuamente com Deus, não obstante, após a convivência com o povo, sempre se afastava da balbúrdia para orar, meditar, penetrar na transcendência do cosmo em silêncio e solidão. 

3 de jul. de 2012

Para a Internet melhorar, pesquise antes de compartilhar!

Tem início hoje uma campanha do blog Além da Matéria que, aparentemente foge ao contexto espiritualista que nos propomos. Contudo, esta discrepância é apenas aparente, visto que se trata de uma campanha de cunho moral/comportamental.

Muitos mitos são criados diariamente na internet, imagens associadas com textos que não condizem com a cena, imagens manipuladas em photoshop, denúncias vazias que omitem e deturpam conduzindo os usuários ao engano e a desinformação.

Entendemos que a credibilidade do que circula na web é responsabilidade de todos  e, portanto, devemos nos informar antes de passar adiante boatos, denúncias, notícias, por mais bem intencionadas que pareçam.
Muitas vezes há interesses políticos por trás dessas imagens e manchetes, muitas vezes a intenção é denegrir a imagem de alguém perante a sociedade. E, já vi até mesmo situações nobres, como o protesto contra Belo Monte, utilizando uma foto do Cacique Raoní chorando em uma homenagem feita a este como se fosse o momento em que recebeu a notícia sobre Belo Monte.

Sejamos, portanto, cuidados. É certo que alguém cria, edita ou deturpa os fatos, mas somos nós que passamos adiante ou não, transformando manipulações em verdadeiros mitos da internet que todos já viram, compartilharam e juram que é verdade, mas não é.

Nossa recomendação é que pesquisem, se informem, leiam a respeito do assunto antes de retransmitir uma informação supostamente grave aos seus amigos. Ajam com responsabilidade e evitem denegrir pessoas, instituições, programas, sem verificar antes a procedência da informação.

Não espalhe boatos! Não faça fofoca! Não conduza seus amigos ao erro! PARA A INTERNET MELHORAR, PESQUISE ANTES DE COMPARTILHAR!

Junte-se a nós no Facebook e ajude a compartilhar essa campanha!





30 de jun. de 2012

Conhece-te a ti mesmo - Sócrates e a nossa relação com o mundo

por Josué Cândido da Silva



A figura de Sócrates é como um divisor de águas na Filosofia Antiga, tanto que os filósofos anteriores a ele são tradicionalmente chamados de pré-socráticos.

De fato, com Sócrates há uma mudança significativa no rumo das discussões filosóficas sobre a verdade e o conhecimento. Os primeiros filósofos estavam preocupados em encontrar o fundamento (arké) de todas as coisas. Sócrates, por sua vez, está mais interessado em nossa relação com os outros e com o mundo.

Curiosamente, Sócrates nada escreveu - e tudo o que sabemos dele é graças a seus discípulos, particularmente Platão. Sócrates teria tomado a inscrição da entrada do templo de Delfos como inspiração para construir sua filosofia: Conhece-te a ti mesmo.

Para compreendermos o sentido dessa frase, segundo o filósofo francêsMichel Foucault (1926 - 1984), devemos inscrevê-la em uma estratégia mais geral do cuidado de si.

Ou seja, o que Sócrates pregava era que nós devemos nos ocupar menos com as coisas (riqueza, fama, poder) e passarmos a nos ocupar com nós mesmos. Poderia objetar-se: com que propósito deveria ocupar-me comigo mesmo? Porque é o caminho que me permite ter acesso à verdade. Mas que tipo de verdade? Obviamente não é uma verdade qualquer, tal como a fórmula química da água, mas a verdade que é capaz de transformá-lo no seu próprio ser de sujeito.

É esse ato de conhecimento, capaz de promover nossa autotranscendência, de que fala Sócrates. Conhecer a mim mesmo para saber como modificar minha relação para comigo, com os outros e com o mundo.


Como ter Acesso a Verdade?

Tal modificação para ter acesso à verdade, contudo, não é um ato puramente intelectual. Ela exige, por vezes, determinadas renúncias e purificações, das quais Sócrates é um exemplo.

Sócrates dizia ter recebido de Deus a missão de exortar os atenienses, fossem eles velhos ou jovens, a deixarem de cuidar das coisas, passando a cuidar de si mesmos. Tal atitude o fez dedicar-se inteiramente à filosofia e à prática dialógica (uma forma especial de diálogo, denominada maiêutica) por meio da qual ele fazia com que seu interlocutor percebesse as inconsistências de seu discurso e se autocorrigisse.

A atitude de Sócrates questionava os valores da sociedade ateniense, razão pela qual seus inimigos o levaram ao tribunal, onde foi julgado e condenado à morte. Sua morte, porém, não impediu que a questão do cuidado de si se tornasse um tema central na filosofia durante mais de mil anos - e chegasse a influenciar alguns filósofos modernos e contemporâneos.

A questão central do cuidado de si é que jamais se tem acesso à verdade sem uma experiência de purificação, de meditação, de exame de consciência - enfim, através de determinados exercícios espirituais capazes de transfigurar nosso próprio ser.

Dito de outro modo, o estado de iluminação, de descoberta da verdade, não é produto do estudo, mas de uma prática acompanhada de reflexão constante sobre minhas ações, atitudes - e de como posso modificá-las para me tornar uma pessoa melhor. É como se a vida fosse uma obra de arte em que nós vamos nos moldando, nos aperfeiçoando no decorrer da existência.


A Difícil Busca da Verdade

Atualmente, estamos distantes dessa perspectiva socrática do cuidado de si. A ciência moderna está preocupada com a produção e acumulação de conhecimentos.

Mas quando nos perguntamos: para quê acumulamos e produzimos conhecimento? A resposta é simplesmente: para aumentar infinitamente nosso conhecimento. Entramos, assim, numa corrida sem fim, em que nunca nos questionamos se isso realmente está trazendo os benefícios prometidos.

Claro que a tecnologia traz inegáveis benefícios, mas não parece que as pessoas, atualmente, estejam mais felizes. Pode-se alegar, no entanto, que não é papel do conhecimento e da ciência promover a felicidade humana - e que, talvez, conhecimento e ciência tenham a única função de contribuir para a concentração de poder e dinheiro nas mãos de alguns uns poucos.

Sócrates, porém, via a busca da verdade como um caminho de ascese, pois, quando cuidamos de nós mesmos, modificamos nossa relação com os outros e com o mundo.

Mergulhados em preocupações com a aparência e o consumo, pensamos estar cuidando de nós mesmos, quando na verdade estamos nos perdendo em meio às coisas. É preciso conhecer a si mesmo para não perder-se. Claro que você não vai encontrar toda verdade em si mesmo, mas, pelo menos, a única verdade capaz de salvá-lo.
O Que Há Pra Ler?



  • Do filósofo Michel Foucault, a obra A hermenêutica do sujeito, Editora Martins Fontes, São Paulo, 2004.

  • Fonte: http://educacao.uol.com.br/filosofia/conhece-te-a-ti-mesmo.jhtm

    27 de jun. de 2012

    A Dança dos Átomos - A Dança de Shiva




    A Água é fria e a Pedra é dura, enquanto o Ar é impalpável;
    O Fogo queima e as pernas doem, e a Estrada não tem fim.
    O Cientista sabe e o Sábio intui que tudo é feito da mesma matéria: Energia.
    O que se percebe externamente é fruto da ação interna.
    É a Dança dos átomos que determina se a Energia/matéria será mais densa ou mais sutil.
    E, é a Música que produzimos internamente que dita a velocidade da dança:
    Rápido = sutil, permeável, macio, + Energia – matéria;
    Lento = denso, sólido, duro, + matéria – energia.
    A Música é a Arte de fazer dançar os átomos na estrada infinita que é a evolução dos seres e das coisas.
    Os átomos da pedra não dançam e por isso ela é dura como pedra.
    As Sereias entoam cantigas de embalar as águas, as Fadas assoviam melodias no vento e as Salamandras são o ritmo das chamas.
    Na Terra os Gnomos fazem festas e de suas danças brotam as flores e as árvores ao longo da estrada.
    Os Anjos tocam um Jazz vertiginoso e dançam tão rápido que parecem ter asas.
    Os Animais são lentos e tropeçam em seus próprios pés.
    Aos Homens é permitido inventar a Música, bem como tropeçar em seus próprios pés.
    O pensamento generoso e solidário, a criatividade, a fé e o amor ao próximo produzem uma Música sutil que faz dançar os átomos e nos aproxima dos Anjos.
    Os instintos grosseiros, a raiva, a inveja, a competição e a preguiça mental não sabem fazer Música, e nos tornam mais densos, e nos fazem tropeçar em nossos próprios pés.
    Na Estrada evolutiva há Animais e Anjos, nos movemos de uns para outros ao ritmo da Música que soubermos criar.
    Criemos portanto a sutileza que fará nossos átomos dançarem num ritmo crescente acelerado, com movimentos suaves e precisos que nos tornem cada dia mais semelhantes aos Anjos e mais próximos do futuro, e deixemos para o passado nossos antepassados de pés preguiçosos.

    Diego Silva.

    24 de jun. de 2012

    Maledicência




    Maledicência é o ato de falar mal das pessoas.  Definição bem amena para um dos maiores flagelos da Humanidade.

    Mais terrivel do que uma agressão fisica.  Muito mais do que o corpo, fere a dignidade humana, conspurca reputações, destrói existências.

           Mais insidiosa do que uma epidemia, na forma de boato - eu "ouvi dizer" - alastra-se como rastilho de pólvora.  Mera visão pirotécnica em princípio:
           "Ele paga suas contas com atraso" ou "Ela sai muito de casa". 
           Depois, explosiva:
           "Ele é um ladrão!  " ou "Ela está traindo o marido!"

    Arma perigosa, está ao alcance de qualquer pessoa, em qualquer idade, e é muito fácil usá-la: basta ter um pouco de maldade no coração.
    Tribunal corrupto, nele o réu está, invariavelmente, ausente.  É acusado, julgado e condenado, sem direito de defesa, sem contestação, sem misericórdia.
    Tão devastadora e, no entanto, não implica nenhum compromisso para quem a emprega.  Jamais encontraremos o autor de um boato maldoso, de uma "fofoca” comprometedora. O maledicente sempre "vende" o que "comprou".

    Ninguém está livre dela, nem mesmo os que se destacam na vida social pela sua capacidade de realização, no setor de suas atividades.  Estes, ao contrário, são os mais visados.  Nada mais gratificante para o maledicente do que mostrar que "fulano não é tão bom como se pensa"

    Não há agrupamento humano livre da maledicência. Está presente mesmo onde jamais deveria haver lugar para ela: em instituições inspiradas em ideais religiosos de serviço no campo do Bem.  Quando se manifeste nessas comunidades, infiltrando-se pela invigilância de companheiros desavisados, que se fazem agentes do Mal, é algo profundamente lamentável, provocando o afastamento de muitos servidores dedicados e aniquilando as mais promissoras esperanças de realização espiritual.

           Nem mesmo o Cristo, inspiração suprema desses ideais, esteve livre dela.  Exemplo tipico de seu poder infernal foi o comportamento da multidäo, que reverenciou Jesus na entrada triunfal, em Jerusalém; no entanto, poucos dias depois, instigada pela maledicência dos sacerdotes judeus, festejou sua crucificação, cercando a cruz de impropérios e zombarias.

           A maledicência tem sua origem, sem dúvida, no atraso moral da criatura humana.  Intelectualmente, a Humanidade atingiu culminâncias.  Chegamos à Lua, desintegramos o átomo. Moralmente, entretanto, somos subdesenvolvidos, quase tão agressivos e inconseqüentes como os habitantes das cavernas, e, se o verniz de civilidade nos impede de usar a clava, usamos a língua, atendendo a propósitos de auto-afirmação, revide, justificação ou pelo simples prazer de atirar pedras ein vidraças alheias.

          Não se dá conta aquele que se compraz em criticar a vida alheia, que a maledicência é um ato de autofagia (condição do animal que se nutre da própria substância, que come o próprio corpo). O maledicente pratica a autofagia moral.  A má palavra, o comentário desairoso contra alguém geram, no autor, um clima de desajuste íntimo, em que ele perde força psíquica e se autodestrói moralmente, envenenando-se com a própria maldade.  Por isso, pessoas que se comprazem nesse tipo de comportamento são sempre inquietas e infelizes.

          Jesus adverte que o maldizente fatalmente será vítima da maledicência, quer porque onde estiver criará ambiente propício à disseminação de seu veneno, quer porque a Vida o situará, inelutavelmente, numa posição que o sujeitará a críticas e comentários desairosos, a fim de que aprenda a respeitar o próximo.

           Deixando bem claro que a ninguém compete o direito de julgar, o Mestre recomenda que, antes de procurarmos ciscos no olho de nosso irrnäo, tratemos de remover a lasca de madeira que repousa, tranquila, no nosso.  Se possuímos incontáveis defeitos, se há tantas tendências inferiores em nossa personalidade, por que o atrevimento de criticar o comportamento alheio?

           E há os estudos de Psicologia que oferecem uma dimensão bem maior ao ensinamento evangélico.  Admitem hoje os psicólogos que tendemos a identificar com facilidade nos outros o que existe em abundância em nós. O mal que vemos em outrem é algo do mal que mora em nosso coração.  Por isso, as pessoas virtuosas, de sentimentos nobres, são incapazes de enxergar maldade no próximo.

           É preciso, portanto, treinar a capacidade de enxergar o que as pessoas teem de bom, para que o Bem cresça em nós. O primeiro passo, dificil mas indispensável, é "minar a maledicência.  Um recurso valioso para isso é usar os três crivos, segundo velha lenda de origem desconhecida, que vários escritores atribuem a Sócrates, lembrada pelo Espírito Irmão X,psicografia de Francisco Cândido Xavier, em mensagem publicada pela revista "Reformador", no mês de junho de 1970:


    "Certa feita, um homem esbaforido achegou-se ao grande filósofo e sussurrou-lhe aos ouvidos:
    - Escuta, Sócrates... Na condição de teu amigo, tenho alguma coisa de muito grave para dizer-te, em particular...
    - Espera!... - ajuntou o sábio, prudente. Já passaste o que me vais dizer pelos três crivos?
    - Três crivos? - perguntou o visitante, espantado.
    - Sim, meu caro, três crivos.  Observemos se a tua confidência passou por eles. O primeiro é o crivo da verdade.  Guardas absoluta certeza quanto aquilo que me pretendes comunicar?
    - Bem - ponderou o interlocutor -, assegurar, mesmo, não posso... Mas, ouvi dizer e...então...
    - Exato.  Decerto peneiraste o assunto pelo segundo crivo, o da bondade.  Ainda que não seja real o que julgas saber, será pelo menos bom o que me queres contar?
    Hesitando, o homem replicou:
            - Isso não ... Muito pelo contrário...
       - Ah! - tornou o sábio - então recorramos ao terceiro crivo, o da utilidade, e notemos o proveito do que tanto te aflige.
    - Útil?!... - aduziu o visitante ainda mais agitado. - útil não é...
    -  Bem - rematou o filósofo num sorriso -, se o que me tens a confiar não é verdadeiro, nem bom e nem útil, esqueçamos o problema e não te preocupes com ele, já que de nada valem casos sem qualquer edificação para nós. . . "




    Referências bibliográficas:
    Richard Simonetti – A voz do monte
    link para artigo original: http://www.spiritismo.de/Maledicencia.htm

    João Batista e a Linha do Oriente na Umbanda


    Hoje é dia de São João Batista, às vezes sincretizado como Xangô e que representa uma das linhas de trabalho da Umbanda: A Linha do Oriente.

    Não pretendemos abordar aqui as questões sincréticas, responsáveis por inúmeras confusões acerca da identificação de santos católicos e Orixás. Contudo, afirmamos que a falange de João Batista atua sob a irradiação do Trono do Amor, regido em seu polo positivo pela Orixá Oxum e em seu polo negativo pelo Orixá Oxumaré.

    Nesta falange manifestam-se alguns dos mais sábios e evoluídos espíritos da Umbanda, são  pacíficos e tranquilos, emanam paz, amor e sabedoria e estão desde remotas eras ligados à Magia de Cura e aos grupos herméticos, ao sacerdócio e à caridade.

    O principal expoente deste segmento foi sem dúvida o Mestre Jesus, que praticava a cura através da imposição de mãos e cuja história oculta pode ser lida no livro O Caminho dos Essênios, aqui no blog.

    A pluralidade umbandista que reúne africanos, índios, Orixás e Santos, tem sua diversidade étnica ricamente ilustrada na falange de João Batista ou Linha do Oriente, que traz para o convívio nos templos umbandistas antigos sacerdotes hindus, egípcios, chineses, japoneses, mongóis, árabes, marroquinos, beduínos, etc., além de médicos europeus.

    Muitas terapias ditas alternativas tem sua origem nos grupos étnicos que compõem a numerosa falange de João Batista, como o Reiki, a Cromoterapia, a Cristaloterapia, etc. E, não raro podemos observar estes “Guias” utilizando-as em seus trabalhos, combinadas com a sabedoria das coisas da natureza pois, conhecendo as propriedades das plantas de onde derivam as substâncias que dão origem aos medicamentos alopáticos e homeopáticos, recomendam seu uso “in natura” através de compressas, infusões e chás.

    Reservamos para este dia um artigo científico-espiritual que busca traçar paralelos entre os médicos da Umbanda e a biomedicina, a partir de um ponto de vista não religioso, o que sempre nos interessa mostrar aqui no blog.

    Ainda que aparentemente confuso para os umbandistas, o artigo em questão soa deveras interessante sob o ponto de vista sociológico, ao traçar um mapa das relações da medicina umbandista com a medicina ortodoxa.





    A expansão da biomedicina pelo mundo deu origem a várias formas de ajustamento com sistemas terapêuticos alheios que, também, propõem suas leituras da doença e suas respostas à infelicidade biológica. A autora examina a relação da umbanda- religião com dimensão terapêutica afirmada - com a biomedicina, a partir de dados de campo recolhidos desde 1987 em vários terreiros da cidade e do Estado de São Paulo. A relação é considerada sob dois ângulos: um que questiona o posicionamento da religião frente à biomedicina, e o outro que se interessa na interiorização pela umbanda de elementos significativos do universo biomédico.



    MÉDICOS DO ASTRAL E MÉDICOS DA TERRA. AS RELAÇÕES DA UMBANDA COM A BIOMEDICINA - Armelle Giglio-facquemot

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