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13 de mar. de 2011

Reflexões sobre a Vida e a Morte às vésperas de 2012


A única certeza que temos na vida é a morte, e apesar disso nos preparamos para tudo que é incerto e seguimos despreparados para ela. - Repetia meu velho professor, e acrescentava - Passamos a vida nos preparando para dezenas de possibilidades incertas...

Na infância nos preparamos para a escola, que nos prepara para a faculdade que por sua vez nos prepara para o trabalho e a carreira. Preparamo-nos para encontrar o amor ou não, para constituir família, casar, separar, criar os filhos, enfim, passamos a vida nos preparando para uma infinidade de situações que talvez nem venhamos a viver, apenas não nos preparamos para o que é inevitável.

Vivemos um momento em que se fala muito em “fim dos tempos” ou “tempo do fim”. Dezenas de profecias e calendários apontam 2012 como um momento crítico na história do planeta e da humanidade que o governa. Instabilidades climáticas e frequentes deslocamentos das placas tectônicas reforçam esta imagem.

Filmes, livros e uma infinidade de sites e blogs abordam este assunto com tons de tragédia e apocalipse, explorando o medo que ainda nos envolve ante a ideia da MORTE.

Nas minhas observações, identifiquei três diferentes reações ao assunto:

1. - Os que acreditam no fim do mundo apocalíptico;
2. - Os que não acreditam ou preferem nem pensar no assunto;
3. - Os evolucionistas.

Claro que existem inúmeros desdobramentos para cada uma das opções, mas superficialmente estão aí as principais tendências de pensamento no que tange a este assunto.

Eu me incluo entre os evolucionistas, e pretendo, nas próximas linhas abordar este assunto a partir de meu próprio ponto de vista, no intuito de jogar alguma luz sobre tema tão obscuro, mas ciente de que a quantidade de informações não comprovadas em que me baseio para construir meu raciocínio talvez se preste a obscurecer ainda mais o tema.

Convém frisar ainda que sou partidário do conceito de teorias complementares, que surgem em diferentes momentos históricos de forma independente, mas que se cruzadas livremente complementam-se, permitindo diálogos improváveis e perfeitamente verossímeis entre Darwin, Capra e Kardec, pra citar apenas alguns. Vamos então ao que viemos...


O EVOLUCIONISMO ÀS MARGENS DE 2012



Segundo Darwin, o que ele denominou seleção natural é o principal responsável pela evolução das espécies, permitindo apenas que os melhores de cada grupo sobrevivam e reproduzam, aprimorando características a cada nova geração, sendo a capacidade de adaptação o aspecto determinante na continuidade de cada espécie.

Já o físico Fritjof Cappra, mais recentemente, traça um paralelo entre a física nuclear e a filosofia taoísta, referindo-se ao salto quântico observado nas reações de fótons e elétrons estimulados. Em linguagem leiga o salto quântico pode ser descrito assim: “A mudança de vibração de um estado a outro de uma vez só, sem um gradual aumento ou diminuição dessa vibração que possa ser medido.”

No espiritualismo pós Kardec bem como no taoísmo e budismo, acredita-se que o espirito reencarna tantas vezes quanto necessário, aprimorando-se, até alcançar um nível evolutivo que lhe permita unir-se a outro grupo de espíritos que já não necessitam do processo encarnatório como meio evolutivo.

Estão listados, portanto três conceitos que serão recorrentes no decorrer deste texto: Seleção natural, Salto Quântico e Reencarnação.

Gostaria de esclarecer de antemão que, o que vem a seguir é opinião pessoal, maneira particular de entender e explicar alguns assuntos controversos e que, não pretendo impor verdades, apenas compartilhar minhas conclusões e, a medida do possível explicar como cheguei a estas.


MUITOS MUNDOS DENTRO DO MUNDO


A Bíblia nos fala em 4 dimensões: Terra, Céu, Inferno e purgatório. Reconheço a existência destas, porém discordo de suas descrições por parte do citado livro. Estudos mais recentes nos trazem informações mais precisas acerca destes ambientes e seus habitantes e as razões para que lá habitem ou estagiem. Muitas são as origens daqueles que comumente denominamos humanos e, para evitar que o assunto divague para longe do que pretendo, tratarei todas as formas de consciência semelhantes por humanos.

Entendo que o universo que habitamos (e sim, creio que existem inúmeros outros) tem um propósito que desconhecemos em sua totalidade, mas que compreendemos parcialmente. Evoluímos da brutalidade em direção à sutileza, de animais a espíritos, de seres orientados por instintos primários, para seres orientados pela razão e pela sensibilidade, com diferentes capacidades de compreender o coletivo e trabalhar em prol do mesmo.

A diferença aqui é entre competição e cooperação. Originalmente, competimos uns com os outros pela sobrevivência, evolutivamente, cooperamos uns com os outros sem que o objetivo original se altere. A diferença entre as duas abordagens denota diferentes níveis evolutivos. O entendimento de que somos um coletivo gigantesco caminhando em uma mesma direção - e não grupos adversários guerreando entre si - só nos dias atuais começa a ganhar força como uma tendência de pensamento.

Utilizando-me dos termos bíblicos para cada uma das dimensões anteriormente citadas, eu descreveria a realidade de seus habitantes da seguinte maneira:

TERRA: Escola, local de aprendizado onde somos enviados no início da manhã e de onde retornamos ao fim do dia, sabedores de que muitos dias serão necessários até que completemos nossos estudos neste nível e possamos almejar estudos superiores.

CÉU: Local administrativo, onde se encontram os administradores do planeta, aqueles que já formados no ensino básico, estagiam na administração planetária enquanto concluem seus cursos de mestrado e pós-graduação. Também é para onde muitos de nós retornam após a escola, dependendo do que assimilamos do ensino diário.

PURGATÓRIO: Local de transeuntes, perdidos no caminho entre uma dimensão e outra, habitado por pessoas confusas diante da realidade espiritual e/ou sem méritos escolares suficientes para retornar ao lar após o dia de aula. Seus habitantes costumam ser vítimas fáceis dos habitantes das regiões infernais.

INFERNO: Local de degredo dos opositores da administração planetária. Como em qualquer sistema de governo, há a oposição. Por entender que os métodos de persuasão destes são desleais e insalubres para a população planetária, com base em métodos escravocratas que visam o bem estar de alguns em detrimento de outrem, a administração do planeta restringe a liberdade de ação destes de acordo com seus graus de periculosidade, porém, os oficiais superiores deste exército tem livre trânsito nas regiões do purgatório e o restante atua livremente mesmo nas regiões terrenas, sob ordens daqueles que estão confinados. Semelhante ao que se observa nos presídios brasileiros, de onde os líderes seguem comandando suas organizações.
Já no presente momento, as dimensões inferiores - INFERNO E PURGATÓRIO - passam por processo rígido de higienização, com seus habitantes sendo conduzidos alguns à reencarnação (aqueles que ainda apresentam condições para isso), enquanto aqueles que evitaram o processo encarnatório por milênios - e que já não apresentam condição vibratória para reencarnar - aguardam o degredo inevitável.


O SALTO QUÂNTICO


Para aqueles que argumentam que “nunca antes se teve tantas notícias de barbáries cometidas pela humanidade contra seus semelhantes e contra os demais habitantes do planeta (incluindo o próprio)”, eu replico que nunca antes se teve meios de comunicação eficientes para que as notícias nos alcançassem.

A história mostra que já fomos muito piores, permitimos e aceitamos dentro da normalidade atos muito mais animalescos do que nos dias atuais. Muitas das notícias que nos assombram hoje, sequer seriam noticia em outros tempos, de tão triviais.

Diferentemente daqueles que julgam estarmos involuindo, eu acredito que nunca antes tivemos um número tão grande de pessoas esclarecidas. Se em pleno século XXI, ainda realizamos barbáries contra nossos semelhantes, contra animais, contra a natureza, se ainda há a desigualdade social e se os benefícios da tecnologia e da cultura ainda não estão ao alcance de todos, é porque não se muda o mundo em um dia, mas percebo indubitáveis avanços e em velocidade crescente.

Quando uma determinada parcela da população alcançar um nível superior de consciência, se dará o salto quântico, arrastando na corrente evolutiva os restantes que estiverem no limiar e, descartando os que ficarem para trás.


OUTRA HISTÓRIA PLANETÁRIA


Com exceção dos índios, aborígenes e outras culturas tribais, não somos originários deste planeta. Ainda que muitos de nós tenhamos passado por diversos outros planetas antes, e ainda outros tenham vindo para este em momentos posteriores, a maioria de nós é oriundo de Capela, um planeta semelhante à Terra e que passou por processo evolutivo idêntico há alguns milhares de anos.

Quando foi chegado o momento do salto quântico e consequente evolução espiritual do planeta e sua população, nós éramos os retardatários, os repetentes, os que ficaram para trás. Não havia mais em Capela, lugar para espíritos no nosso nível evolutivo e, como não fomos capazes de “saltar” para um nível superior junto com os demais, fomos encaminhados para um planeta com características adequadas para reiniciarmos o ano letivo.

Passados alguns milênios e eis que o novo planeta que habitamos torna a viver situação análoga e, mais uma vez, teremos a oportunidade de evoluirmos com o planeta ou sermos transferidos para outro, nas mesmas condições em que encontramos a Terra quando aqui chegamos. Pelo menos até onde eu sei, não há maneira de abandonar os estudos, quem não passar de ano será invariavelmente remanejado para outra escola.


O APOCALIPSE MAIA


Para o bom entendedor, o parágrafo acima já explicou os conceitos de juízo final, dos escolhidos do calendário MAIA e das profecias apocalípticas correntes, mas cabe ainda alguns esclarecimentos...

Comecei exte texto falando da morte e, um pouco mais adiante classifiquei a terra como escola, para onde vamos no início do dia e de onde retornamos ao final do mesmo. Minha intenção é trazer para a compreensão cotidiana um elemento cotidiano: A morte.

O desencarne, ocorre diariamente e não é algo a ser lamentado, como não se lamenta o fim de um dia, por melhor que ele tenha sido, afinal, sabemos que haverá outro dia.

Diz o ditado popular que “não se faz omelete sem quebrar alguns ovos”. Para uma reforma planetária nos níveis em que ocorrerá na Terra, muitas mudanças serão necessárias e, como em qualquer mudança, haverá desconforto e um período de adaptação até que a normalidade se estabeleça dentro de uma nova ordem.

Não será uma transição fácil nem prazerosa, e talvez aí consista a prova final para que passemos de fase. Como em um parto, haverá muito sangue, dor e sujeira para produzir uma nova vida, desencarnes coletivos e mudanças na geografia planetária, crises de abastecimento, fome, revolta e confusão.

Durante muito tempo, aqueles que sobreviverem enfrentarão provações inimagináveis na reconstrução do planeta e a dor de uma civilização em ruínas, o que em uma primeira análise pode parecer catastrófico e pessimista. Por isso é importante ter os olhos no futuro, compreender que este processo é necessário para a construção de uma sociedade mais justa e de uma humanidade mais espiritualizada.

Ainda que não devamos endurecer nossos corações e deixar de sentir pelo que acontece aos nossos semelhantes, é importante que compreendamos a transitoriedade da vida como um processo natural, e paremos de encarar a morte com o sentimento de perda que atualmente lhe devotamos.

A transição desta dimensão para a dimensão espiritual não é apenas boa, como desejável, embora não a possamos acelerar e tenhamos a responsabilidade de evitar tanto a nossa quanto a dos demais seres vivos, para que tenhamos todos, o tempo necessário para aprender a lição que o dia de aula reservou para cada um de nós.



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